Casal acusa Netflix de plágio em filme com Giulia Be e pede R$ 70 milhões
Um casal abriu um processo de R$ 70 milhões contra a Netflix após ver semelhanças do filme "Depois do Universo" (2022) com o seu livro "Juilliard - A Arte do Amor" (2018).
No processo, ao qual Splash obteve acesso, João e Lídia Ribeiro enumeram os indícios de plágio que veem entre as duas obras: ambas são sobre uma pianista que vive com uma doença potencialmente fatal e se apaixona por um jovem chamado Gabriel. Além disso, nas duas histórias, a mãe do protagonista masculino morreu por câncer e por isso ele tem ressentimentos com o pai.
O processo elenca 70 semelhanças entre o livro e o filme estrelado por Giulia Be. Algumas outras são:
- A protagonista toca um piano imaginário em ambas as histórias
- Ela descobre que tem pouco tempo de vida
- Gabriel tem um melhor amigo gay nas duas obras
- É uma amiga da protagonista quem incentiva o relacionamento
- A protagonista termina o namoro após descobrir uma piora em sua saúde
- Gabriel dá um colar à personagem principal
As duas obras também são diferentes em outros aspectos: no livro, Gabriel é bailarino, enquanto no filme ele é médico. Em "Juilliard - A Arte do Amor", a protagonista tem leucemia, e em "Depois do Universo" ela tem lúpus. A principal diferença, no entanto, é o desfecho da história: no livro, a protagonista morre, e no filme quem morre é Gabriel.
Do valor pedido pelo casal, R$ 50 milhões correspondem à indenização por danos materiais. Os R$ 20 milhões restantes são de danos morais: a história foi escrita em 2017, inspirada na morte da mãe de João e sogra de Lídia. Ele, português habitante do Brasil, não conseguiu retornar ao seu país para o funeral, e considera a obra uma forma de lidar com o luto: "Ver a minha dor sendo usada é um sentimento de violação", relata a Splash.
Eu tenho que tomar medicações para pressão alta, tenho que tomar comprimidos por causa da ansiedade, não sei o que é dormir direito desde que assisti ao filme. No dia em que eu vi o filme eu tive um ataque de pânico. João Ribeiro
Procurada pela reportagem, a Netflix afirma que não pretende se pronunciar sobre o caso.
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