O que querem as famílias que ameaçam processar a Netflix por Boate Kiss
Um grupo de 40 famílias de vítimas do incêndio na boate Kiss cogita entrar com um processo contra a Netflix em virtude do lançamento da série "Todo Dia a Mesma Noite". Mas o que eles pedem?
A advogada dos familiares, Juliane Muller Korb, disse a Splash que as famílias que ela representa não foram consultadas pelo streaming, tendo sido contrárias à dramatização do caso.
De acordo com Juliane, familiares se sentiram incomodados por verem o trailer da série na TV e também com o que ela chamou de "comercialização da tragédia". "A morte de pessoas vai gerar lucro à Netflix", declarou.
O drama é inspirado no livro "Todo Dia a Mesma Noite", da jornalista Daniela Arbex. A obra publicada em 2018 conta com cerca de 100 entrevistas com familiares e sobreviventes, e o contato com essas pessoas durante o desenvolvimento da obra foi evitado.
Procurada por Splash, a Netflix não se manifestou até o momento. Se o fizer, o posicionamento será incluído.
Considerando tudo isso, o que este grupo de pais pede da Netflix?
- O repasse de parte dos lucros para o tratamento de sobreviventes e a construção de um memorial sobre a tragédia
- Alteração no trailer que é exibido na televisão e nas redes sociais. Pais afirmam que as cenas escolhidas para a prévia, que incluem o reconhecimento dos corpos em um ginásio, despertam gatilhos.
- Uma explicação do por que não foram ouvidos ou consultados durante a produção da série
- Debater a responsabilidade social das plataformas de streaming ao produzirem séries baseadas na realidade
"Já que existe uma plataforma de streaming lucrando com isso, os familiares desejam a construção de um memorial em Santa Maria para promover a reflexão permanente da comunidade", reforça Juliane Korb.
O que eles não pedem?
- Juliane Korb afirma que as famílias não pedem indenização em dinheiro para os parentes, apenas o custeio do memorial.
A série "Todo Dia a Mesma Noite" tem 5 episódios, e narra a busca dos familiares por justiça após o incêndio que matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos.
Em nota, a Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria apoiou a produção, e explica que não tem relação com o possível processo.
"Todos familiares de vítimas e sobreviventes retratados por personagens da obra estavam cientes e em concordância. Além disso, reiteremos que não estamos movendo nenhum processo contra as produções, nem pretendemos, por acreditarmos na potência das produções na luta por justiça e a luta por memória", afirma a nota.
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