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Agressão, aborto, estupro: desabafo de Pamela Anderson vai além de sex tape

Tommy Lee e Pamela Anderson; atriz comentou sobre sex tape vazada em documentário - Shutterstock
Tommy Lee e Pamela Anderson; atriz comentou sobre sex tape vazada em documentário Imagem: Shutterstock

De Splash, em São Paulo

01/02/2023 04h00

O documentário "Pamela: A Love Story" (Pamela: Uma História de Amor)", da Netflix, traz a versão da artista sobre diversas situações vividas na carreira.

A circulação de uma fita de sexo em que Pamela aparece transando com o ex-marido, o músico Tommy Lee foi assunto constante na mídia durante os anos 1990.

Além de falar abertamente sobre a situação, Pamela também revisitou traumas de infância e deu detalhes conturbados do relacionamento com o baterista da banda Mötley Crüe.

Pamela estava disposta a contar sua versão da história, afirmou o diretor do documentário, Ryan White, em conversa exclusiva com Splash. "Foi surpreendente para mim ver o quanto ela estava aberta e vulnerável. Uma pessoa que foi centro de uma tempestade da mídia nos últimos 30 anos poderia ser mais cautelosa".

Estupro na infância

Pamela Anderson teve o apoio de anotações feitas durante toda a vida na montagem do documentário. Em uma das primeiras passagens, ela afirmou ser constantemente molestada por uma babá na infância.

Ela disse ter sido estuprada aos 12 anos. Conforme o relato, ela ficou sozinha com um homem de 25 anos para ajudar uma amiga em um encontro.

'Não sabíamos nada um do outro'

  • Pamela Anderson e Tommy Lee se casaram em Cancún, Mexico, apenas quatro dias após se conhecerem.
  • O casal costumava gravar momentos íntimos. O documentário mostra diferentes conversas, brincadeiras e jantares registrados por câmeras pessoais dos artistas.
  • "Não sabíamos nada um do outro", brinca Pamela durante o documentário ao relembrar a conversa com Tommy Lee durante o retorno aos EUA. A artista chegou a confundir o sobrenome do então marido, chamando-o de Tommy Lee Jones.
  • O primeiro momento difícil vivido pelo casal foi o aborto espontâneo durante a primeira gravidez de Pamela. Na época, a atriz participava das gravações da série "SOS Malibu" e do filme "Barb Wire - A Justiceira" (1996).

Sem lucro e tema de piadas

  • Sex tape estava guardada em um cofre, roubado durante uma mudança do casal. Eles recusaram uma proposta de US$ 5 milhões, mas as imagens foram comercializadas da mesma forma.
  • Pamela Anderson afirmou ser "ridicularizada" durante audiências nos EUA após denunciar formalmente o roubo. Durante o documentário, ela contou que promotores fizeram perguntas íntimas, ignorando a investigação relacionada ao roubo da fita.
  • As cenas de sexo arrecadaram US$ 8 milhões no período em que permaneceram na internet, segundo relato do jornal britânico Daily Mail. Brandon, 26, e Dylan, 25, filhos de Pamela com Tommy Lee, lamentaram por ela não ter lucrado com a exposição.
  • Pamela diz que caso "destruiu" sua reputação. O documentário mostra diferentes programas de TV em que entrevistadores fazem piadas relacionadas à circulação das imagens íntimas.

Fim de relação conturbada

  • O relacionamento com o Tommy Lee piorou após o nascimento do segundo filho do casal, Dylan, em dezembro de 1997. Lee permaneceu detido por seis meses após agredir Pamela, que segurava o recém-nascido no momento em que a situação ocorreu.
  • Ao comentar o assunto, ela declarou que "jamais criaria os filhos em um ambiente que não fosse seguro"
  • O caso marcou o fim do casamento. Durante o documentário, que também abordou a sua agitada vida amorosa, Pamela destacou que Tommy Lee foi o homem que ela "amou de verdade", mesmo convivendo com uma relação possessiva e atritos causados pelo ciúme por parte do músico.
  • Pamela também criticou a série "Pam & Tommy" (2022), que também relata o vazamento da sex tape. Em um dos diálogos exibidos no documentário, ela pede desculpas ao filho Brandon após a produção lançar os primeiros episódios.

Eu não sou vítima. Eu me coloquei em situações loucas e sobrevivi a elas.
Pamela Anderson

Declarações imprevisíveis

  • Também presentes em sua biografia, declarações inusitadas de Pamela Anderson também aparecem no documentário.
  • A famosa revelou que desconfiou da traição de um namorado após vê-lo lavando o pênis no banheiro. "é sinal de que provavelmente ele está tendo um caso".
  • Ela também afirmou ter recebido uma "proposta indecente" do ator Sylvester Stallone, 76, no início dos anos 1990. "Ele me ofereceu um apartamento e um Porsche para que eu fosse sua 'garota número 1'. Eu disse: 'isso quer dizer que tem uma número 2? Não, não'. Ele insistiu: 'essa é a melhor oferta que você vai receber, querida. Você está em Hollywood agora'".
  • Pamela entrou com o pedido de separação legal do jogador de pôquer Rick Salomon, com quem se casara em 2007, após encontrar um cachimbo de crack escondido na árvore de Natal.
  • O trabalho com Pamela Anderson envolve imprevisibilidade, explicou o diretor Ryan White. "Você nunca sabe o que Pamela vai fazer no dia a dia. Mas, eu tive que aprender. Eu aprendi a trabalhar com essa espontaneidade".
  • Pessoas terão mais empatia com a história de Pamela ao verem o documentário, acredita o diretor. "Ela virou uma piada após a publicação da fita. Espero que a tratem de maneira mais justa quando conhecerem a sua versão".

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.

A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.