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Entrevista com Maradona, emoção ao vivo: quem é Isabela Scalabrini

Isabela Scalabrini - Reprodução/Instagram
Isabela Scalabrini Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

01/02/2023 04h00Atualizada em 01/02/2023 15h05

Repórter que deixou a TV Globo ontem, após 44 anos, entrou na emissora aos 19, como estagiária. Ela cobriu Copas do Mundo, Olimpíadas, a Chacina da Candelária, além de entrevistar nomes como Ayrton Senna, Pelé, Tom Jobim e mais.

Isabela foi uma das primeiras mulheres jornalistas a cobrir esporte e a fazer matérias sobre futebol na televisão brasileira, segundo o Memória Globo. Foi do Globo Esporte e fez reportagens para o Jornal Nacional.

A partir da década de 1990, passou a atuar na cobertura local no Rio de Janeiro, até ser transferida para a Globo Minas. Foi apresentadora do MGTV por 22 anos, até 2019. Desde então, produzia reportagens especiais.

O jornalismo é coisa de família: Isabela é filha de um locutor da Rádio Globo, se casou com Marcelo Matte, diretor da Globo, e é mãe de Gabriela Scalabrini, editora de reportagens internacionais na Globo. Gabriela, por sua vez, casou-se com Nilson Klava, repórter da GloboNews.

Isabela e Fátima Bernardes mantêm uma forte amizade há décadas — a ex-apresentadora do Encontro é madrinha de casamento da amiga.

Na televisão...

Teve apoio de Maradona em situação machista. Em 1986, quando era uma das poucas mulheres cobrindo a Copa do Mundo, Isabela conseguiu entrevistar o jogador argentino. Ela contou que o craque foi importante para rebater o machismo na oportunidade.

Cheguei para cobrir a Argentina e todo mundo queria falar com ele. Todos os jornalistas eram homens e eu fui entrando. Perguntei sobre o início do treino e se o Maradona estava no vestiário. Eu nunca vou me esquecer que todo mundo riu. Disseram 'O Maradona só está esperando você chegar', ironizando.

"E eu fui entrando, me apresentei e pedi para fazer uma exclusiva para o Brasil. Em 1 minuto, ele sai do vestiário e vem na minha direção", relembrou.

Isabela disse que Maradona foi simpático durante a entrevista, elogiando Zico, Sócrates e a Seleção Brasileira. "O Maradona me ajudou a superar um episódio de machismo. Todos que me ironizaram chegaram para aproveitar aquela entrevista".

Se emocionou ao vivo ao lembrar um ano da morte do colega Artur Almeida, que trabalhou durante mais de 20 anos na Globo Minas.

Eu dividi com ele esse estúdio, a bancada, durante 20 anos. Diariamente ele entrava aqui, dividia com a gente, com toda a nossa equipe, a experiência dele. Ele brincava com todo mundo, era amigo de todo mundo. E hoje a palavra aqui é saudade.