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Glória Maria conheceu filhas adotivas em trabalho voluntário: 'Não têm pai'

Glória Maria e suas filhas Laura e Maria - Reprodução/Instagram
Glória Maria e suas filhas Laura e Maria Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

02/02/2023 10h35Atualizada em 02/02/2023 18h19

Glória Maria, que morreu hoje, no Rio de Janeiro, conheceu as filhas Maria e Laura em 2009, enquanto fazia trabalho voluntário na OAF (Organização de Auxílio Fraterno). As meninas, irmãs biológicas, tinham 6 meses e 1 ano e meio.

Quando conheceu as meninas?

À época, a veterana da Globo estava afastada da televisão e se dedicava a trabalhos voluntários pelo mundo.

O processo de adoção durou 11 meses, e levou Glória a se mudar do Rio de Janeiro para a Bahia para estar mais perto das meninas enquanto a documentação era analisada.

A jornalista já chegou a comentar que "não sabia explicar" o que a levou a querer ser mãe, depois de uma vida inteira longe da ideia. Ela criava Maria e Laura sozinha, mas disse já ter tudo "encaminhado" para as duas caso não pudesse mais cuidar delas.

Eu nunca quis ser mãe. O trabalho me preenchia, minha vida era perfeita. Elas surgiram por acaso. Eu nunca tinha pensado em ter filhos até que vi as duas pela primeira vez e tive certeza de que elas eram minhas filhas. Isso é uma coisa que não sei explicar em entrevista o Conversa com Pedro Bial

Minhas filhas não têm pai, eu decidi tê-las sozinha. Sou eu e ponto. Preciso estar bem para vê-las no balé, nos eventos da escola. O dia em que não puder estar, que morrer, elas terão tudo encaminhado. Vão estudar nos melhores lugares, têm padrinhos maravilhosos. Tá tudo certo. Tem gente que opta pelo vitimismo. Eu odeio drama, não sou coitadinha. Vim sem esse sentimento. Nasci numa família extremamente pobre e matriarcal. Cheia de mulheres fortes. Minha avó Alzira, que morreu com 104 anos, tinha uma porrada de filhos, mandava em todo mundo. Glória Maria, ao jornal O Globo

Onde conheceu as meninas?

  • A ONG em que as duas moravam funcionava como abrigo e foi fundada em 1958 por Dalva de Mattos, formada em direito e sociologia, ela foi figura marcante no juizado de menores de Salvador e decidiu abrir seu próprio projeto após presenciar cenas e relatos impressionantes de violência e abuso contra crianças e adolescentes.
  • As instalações da organização já receberam visitas ilustres ao longo dos anos, como o político Robert Kennedy, irmão do ex-presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, assassinado em 1963. Ele foi ao local em 1965, dois anos depois do crime, acompanhado do então governador da Bahia, Lomanto Júnior.

Morre a jornalista Glória Maria