Quem são as herdeiras de Glória Maria? Jornalista deixa duas filhas
Glória Maria, que morreu hoje, no Rio de Janeiro, deixou duas herdeiras: as adolescentes Maria e Laura, de 15 e 14 anos, adotadas pela jornalista durante uma viagem à Bahia, em 2009.
Na época, a veterana da Globo tinha se afastado da televisão há dois anos, fazendo suas famosas viagens por conta própria, dessa vez com o objetivo de se dedicar a trabalhos voluntários. Ela visitava a Organização de Auxílio Fraterno (OAF), quando encontrou as meninas, irmãs biológicas, decidindo adotá-las logo depois.
O processo de adoção durou 11 meses, e levou Glória a se mudar do Rio de Janeiro para a Bahia para estar mais perto das meninas enquanto a documentação era analisada.
A jornalista já chegou a comentar que "não sabia explicar" o que a levou a querer ser mãe, depois de uma vida inteira longe da ideia. Ela criava Maria e Laura sozinha, mas disse já ter tudo "encaminhado" para as duas caso não pudesse mais cuidar delas.
"Eu nunca quis ser mãe. O trabalho me preenchia, minha vida era perfeita. Elas surgiram por acaso. Eu nunca tinha pensado em ter filhos até que vi as duas pela primeira vez e tive certeza de que elas eram minhas filhas. Isso é uma coisa que não sei explicar", afirmou ela em entrevista ao programa Conversa com Bial.
"Minhas filhas não têm pai, eu decidi tê-las sozinha. Sou eu e ponto. Preciso estar bem para vê-las no balé, nos eventos da escola. O dia em que não puder estar, que morrer, elas terão tudo encaminhado. Vão estudar nos melhores lugares, têm padrinhos maravilhosos. Tá tudo certo. Tem gente que opta pelo vitimismo. Eu odeio drama, não sou coitadinha. Vim sem esse sentimento. Nasci numa família extremamente pobre e matriarcal. Cheia de mulheres fortes. Minha avó Alzira, que morreu com 104 anos, tinha uma porrada de filhos, mandava em todo mundo".
Glória Maria, ao jornal O Globo
'Sabático' na Índia
Antes de encontrar Maria e Laura, Glória Maria viveu um período sabático na Índia, fazendo trabalhos voluntários no país.
"No meu primeiro dia de sabático, o Nelson Chama, um amigo budista, ligou perguntando se eu queria ir para a Índia fazer um trabalho voluntário em um monastério. Topei na hora. (...) Foi uma experiência radical que mudou meus valores. Na Índia, ou você vive a sua vida, ou se ferra. Ali aprendi a focar no que é meu. Vale para tudo: carreira, dinheiro, sentimento", disse a jornalista em entrevista à Marie Claire, em 2021.
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