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Jovem acusa policiais de agressão no Planeta Atlântida: 'Golpes na cabeça'

Planeta Atlântida: Pedro Natan tem 18 anos e é do Rio Grande do Sul - Arquivo Pessoal
Planeta Atlântida: Pedro Natan tem 18 anos e é do Rio Grande do Sul Imagem: Arquivo Pessoal

De Splash, em Xangri-lá (RS)

04/02/2023 19h44Atualizada em 05/02/2023 13h38

Um jovem de 18 anos acusa policiais civis à paisana de agredi-lo durante a primeira noite do Planeta Atlântida, festival que termina hoje no Rio Grande do Sul. Pedro Natan relata que os agentes o acusaram de furto e, por isso, deram vários golpes pelo corpo.

Em depoimento a Splash, o jovem diz que foi cercado pelos agentes que começaram a puxá-lo e agredi-lo com força.

Me jogaram no chão durante o percurso, me algemaram e começaram a arrastar meu corpo até um QG improvisado. Me jogaram na sala com outros suspeitos de furtar celular, mas o celular era meu.

Natan afirma que, durante todo o percurso, argumentou com os policiais de que tinha como comprovar que o celular era dele. "Falei que abriria para mostrar que o celular era meu. Atrás estavam meus documentos. Na sala, começaram a deferir golpes na minha cabeça. Pediram uma falsa confissão de que eu teria roubado o celular."

Na sequência, Natan narra que os policiais ligaram o celular após ele dar a senha e o liberaram. "Me falaram que foi um mal-entendido e me botaram para dentro da festa de novo. Disseram para eu esquecer após me espancarem", completou.

O jovem ainda afirma que questionou o motivo de os policiais não estarem fardados, e a resposta teria sido: "Desde quando policial precisa de farda?".

Pedro estava acompanhado pela irmã no festival. Ela não presenciou as agressões, mas o acompanhou no registro do Boletim de Ocorrência.

O relato de Pedro Natan ganhou repercussão nas redes sociais após o jovem compartilhar a história. Na conversa com Splash, ele diz que o sonho sempre foi ir ao festival. "Eu juntava dinheiro desde o ano passado, era jovem aprendiz, juntei três meses para comprar. Era um sonho de infância."

"Estava totalmente disposto a cooperar, só que eles [os policiais à paisana] não pediram cooperação, me deram um tratamento desumano como se fosse um lixo."

Pronunciamento do festival

A organização do festival afirma que soube do ocorrido quando o jovem chegou ao posto médico localizado no espaço e prestou apoio. O jovem foi levado a um hospital para fazer exame de Raio-X. O evento ofereceu um par de ingressos para o camarote da segunda noite do festival.

"O Planeta Atlântida repudia qualquer forma de violência e lamenta profundamente o fato relatado. Já estamos em contato com as autoridades competentes para que o caso seja rigorosamente apurado", diz a organização do Planeta Atlântida.

Procurada por Splash, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul afirma que somente os responsáveis locais se pronunciariam. Delegado de Xangri-lá, Roland Short, diz que o caso "está sendo apurado a fim de esclarecer o que ocorreu".

Final feliz

Pedro retornou ao segundo dia do festival e conheceu o grande ídolo, Luan Santana, a convite da organização. Splash encontrou o rapaz nos bastidores do evento, um pouco antes do show do sertanejo. "Eu o acompanho há 12 anos, gosto das músicas dele, e conhecê-lo foi tri legal", disse.

Pedro também assistiu aos shows de Jão e Ludmilla. "Gostei do show do Jão porque ele acrescentou músicas do Cazuza e cantou 'Idiota', uma música que adoro... O show da Ludmilla também me surpreendeu, não tive a oportunidade de vê-la antes", concluiu.

*Splash viajou a convite da organização do evento.