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Filhas de Glória Maria choram no Fantástico: 'Mamãe ainda está aqui'

Filhas de Glória Maria chorando no Fantástico em reportagem especial sobre a jornalista, que morreu nesta semana - Reprodução/Globo
Filhas de Glória Maria chorando no Fantástico em reportagem especial sobre a jornalista, que morreu nesta semana Imagem: Reprodução/Globo

De Splash, em São Paulo

05/02/2023 22h44

Maria e Laura, filhas de Glória Maria, que morreu nesta semana aos 73 anos, choraram em reportagem especial sobre a jornalista no Fantástico.

A mais velha, Maria, de 15 anos, usou uma camiseta com a estampa da mãe e a frase: "Seja você sua própria inspiração".

"Agora, hoje em dia, muitas pessoas ficam se comparando a outras pessoas. E essa frase é importante para as pessoas se entenderam. E minha mãe falava muito disso."

As meninas ainda leram cartas que escreveram sobre Glória.

Minha mãe sempre foi a pessoa mais corajosa que conheço. Além de ter sido a melhor mãe do mundo, sempre nos ajudou e fez de tudo para ver eu e minha irmã felizes. Mamãe agora está nos vendo do céu, junto da nossa avó

Por fim, Maria e Laura se abraçaram emocionadas. "Mamãe está aqui", disse a irmã mais velha, apontando para o coração da caçula.

Glória Maria conheceu as filhas em 2009, enquanto fazia trabalho voluntário na OAF (Organização de Auxílio Fraterno). As meninas, irmãs biológicas, tinham 6 meses e 1 ano e meio.

Quando conheceu as meninas?

À época, a veterana da Globo estava afastada da televisão e se dedicava a trabalhos voluntários pelo mundo.

O processo de adoção durou 11 meses, e levou Glória a se mudar do Rio de Janeiro para a Bahia para estar mais perto das meninas enquanto a documentação era analisada.

A jornalista já chegou a comentar que "não sabia explicar" o que a levou a querer ser mãe, depois de uma vida inteira longe da ideia. Ela criava Maria e Laura sozinha, mas disse já ter tudo "encaminhado" para as duas caso não pudesse mais cuidar delas.

Eu nunca quis ser mãe. O trabalho me preenchia, minha vida era perfeita. Elas surgiram por acaso. Eu nunca tinha pensado em ter filhos até que vi as duas pela primeira vez e tive certeza de que elas eram minhas filhas. Isso é uma coisa que não sei explicar em entrevista o Conversa com Pedro Bial

Minhas filhas não têm pai, eu decidi tê-las sozinha. Sou eu e ponto. Preciso estar bem para vê-las no balé, nos eventos da escola. O dia em que não puder estar, que morrer, elas terão tudo encaminhado. Vão estudar nos melhores lugares, têm padrinhos maravilhosos. Tá tudo certo. Tem gente que opta pelo vitimismo. Eu odeio drama, não sou coitadinha. Vim sem esse sentimento. Nasci numa família extremamente pobre e matriarcal. Cheia de mulheres fortes. Minha avó Alzira, que morreu com 104 anos, tinha uma porrada de filhos, mandava em todo mundo. Glória Maria, ao jornal O Globo

Onde conheceu as meninas?

  • A ONG em que as duas moravam funcionava como abrigo e foi fundada em 1958 por Dalva de Mattos, formada em direito e sociologia, ela foi figura marcante no juizado de menores de Salvador e decidiu abrir seu próprio projeto após presenciar cenas e relatos impressionantes de violência e abuso contra crianças e adolescentes.
  • As instalações da organização já receberam visitas ilustres ao longo dos anos, como o político Robert Kennedy, irmão do ex-presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, assassinado em 1963. Ele foi ao local em 1965, dois anos depois do crime, acompanhado do então governador da Bahia, Lomanto Júnior.