Dona de hits de Sonza, Biazin rejeita injustiça e quer bombar álbum próprio

Conhecida por escrever sucessos de Luísa Sonza, Vitão e Rouge, Carol Biazin, 25, foi vista como "injustiçada" por muito tempo. Afinal, suas letras faziam sucesso na voz de outros cantores. Em conversa com Splash, ela diz não gostar dessa fama e acredita ser fruto das escolhas "do contra" que toma.

Agora, a artista paranaense está focada na própria trajetória autoral e lança "Reversa", seu segundo álbum de estúdio. Ele narra uma história de amor de forma nada convencional: de trás para frente.

"Todo mundo se apaixona, todo mundo tem suas crises e desilusões. E tem uma hora que você precisa dar a volta por cima e passar por cima. Esse álbum é basicamente isso. Essa é a história. Só que resolvi contá-la de trás para frente."

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Por muito tempo, a galera falou que eu era uma artista injustiçada. Nunca me senti muito confortável com esse título. Não gosto desse título, odeio ele. Nunca me senti assim, só sinto que sou do contra. Às vezes, o óbvio está ali na minha frente e eu gosto de desviar. Isso faz parte da minha personalidade como artista. Por isso, o nome do álbum é 'Reversa' e conto a história de trás para frente.

Dividido em três atos, algo bem teatral, o projeto chegou às plataformas digitais na semana passada. As 14 faixas terão videoclipes disponibilizados nas próximas semanas. Biazin explica as "Caróis" dos três atos:

• Ato I: "Ela é extremamente cor-de-rosa. Estou flutuando, muito apaixonada, naquela fase inicial do amor. Mistura do real com o lúdico."
• Ato II: "Ela cai um pouco na realidade, tem dor e profundidade. É você perceber que não vai dar certo mesmo, 'eu vou acabar sozinha aqui mais uma vez', vai ser por mim mesma. Então, eu represento isso pela cor azul."
• Ato III: "É a 'Garota Infernal', usa tudo de válvula de escape. Ela quer fugir da bolha que está na cabeça da Carol. Então, ela usa as roupas mais sensuais, é mais para frente, fala o que quer. Tem muita informação nas letras, muita brincadeira com rimas e tudo mais."

Em qual ato está Carol Biazin hoje?

Em conversa com Splash, a artista abre o coração e diz viver o ato III, o da "Garota Infernal". Em setembro, ela anunciou o fim do relacionamento, de forma amigável, com a cantora DAY — as duas se conheceram durante participação no The Voice Brasil 2017.

"Eu estou no momento de saber viver sozinha... Meu álbum inteiro é minha vida. Não tem como eu falar que não, gente. Quando as pessoas ouvirem, elas vão saber... Eu vou só me esconder (quando começarem a especular sobre as letras). Deu até um calor aqui", diz a artista, bem-humorada, antes de revelar que gosta do pop sofrência.

Esse subgênero do pop, em alta com Sonza, Jão e Duda Beat, é o favorito dela para ouvir, compor ou cantar. Ela acredita que o brasileiro também se conecta com a sofrência, não é à toa que o sertanejo é o gênero mais popular no país hoje.

"Tem uma grandiosidade na sofrência, de você cantar com os braços abertos, gritando muito. Todo mundo já sofreu. Até quem não sofre, às vezes, gosta de sofrer para ouvir música sofrência. É inacreditável... Amo escrever sofrência. Nem preciso estar sofrendo para escrever."

Com o disco recém-lançado, é difícil escolher uma só, mas a artista revela as suas favoritas: "'Mala Memo' é o nosso carro-chefe."Glitter" é meu lado B, amo essa música. A minha gata, Kiana, está fazendo participação nessa música. Tem um miado dela na música... Amo muito 'Ex Não Ama' e 'Playlist de Sexo'."

Por falar no tema, Biazin revela que gosta de fazer playlists para os momentos especiais: "Sempre, pelo amor de Deus, né? Tem que ter, inclusive, 'Playlist de Sexo' nas playlists de sexo (risos)... Estão na minha: Doja Cat, SZA, The Weeknd, Baco Exu do Blues entrou forte agora. '20 ligações no celular' acaba comigo."

Supercompositora

Conhecida primeiramente como compositora, Biazin está satisfeita com a própria trajetória e pensa que chegou a sua vez de brilhar. Em 2022, ela desacelerou na composição para outros artistas e focou em na criação de "Reversa". O álbum nasceu por acaso após ela perceber que havia coerência nas letras de suas composições recentes.

Sinto que estou furando bolhas cada vez mais, sabe? A música 'Fica para o Café' está tocando na rádio, a gente está fazendo muitos festivais. As pessoas reconhecem a Carol de outra forma, além de compositora.

Hoje, ela tem 745 mil ouvintes mensais no Spotify e está confirmada em grandes festivais em 2023, como Lollapalooza, MITA e Rock The Mountain.

"Escrever para outras pessoas foi um crescimento. Foi uma porta de entrada em vários lugares. Tudo que foi feito está sendo colhido agora, sabe? Tudo tem um porquê e um momento para acontecer. Eu não teria esse álbum hoje, da forma como está, se eu não tivesse vivido tudo que vivi, lançado tudo que lancei ou escrito tudo que escrevi."