Controvérsias, memes e mais: por que Fred Nicácio virou tema nas redes
Fred Nicácio é uma figura emblemática do BBB 23. Desde o início do reality, o brother mostrou que veio para jogar, usando de seu jeito debochado a discursos marcantes, como o "sangue de Maria Bonita", para movimentar o jogo ao seu favor.
O participante sobreviveu ao primeiro paredão falso da edição, quando sua dupla, Marília, foi eliminada do programa com 52,7% dos votos, e segue acumulando memes nas redes sociais e ganhando VTs no reality.
Mas o que fez o público abraçar Nicácio? Enquanto alguns espectadores se divertem com a personalidade do médico, outros o chamam de forçado. Mesmo assim, ele segue forte nas redes sociais, indicando que vai longe na casa.
Controvérsias
O sucesso em um jogo como o "Big Brother Brasil" está nas controvérsias geradas, que "dividem o público entre quem ama e quem odeia", avalia Gis de Oliveira, especialista em preparação para realities.
Fred faz isso muito bem. Nos primeiros dias de confinamento, por exemplo, ele "focou num discurso de defesa da mulher ao mesmo tempo que viveu uma relação praticamente tóxica com Marília", explica a mentora artística.
A pesquisadora em comunicação digital Issaaf Karhawi concorda que essas controvérsias são importantes para alavancar a visão dos confinados, uma vez que são um alimento potente para as redes sociais.
"Ele é um gerador de controvérsias que, no ambiente digital, são muito bem-vindas", aponta Issaaf.
Essa reverberação nas redes também é boa para o próprio programa, já que mantém o seu nome em alta: "O interesse é da própria televisão de incentivar, estimular e dar mais atenção para as narrativas que o Fred constrói sobre si".
Memes
Outro ponto que realça a imagem de Nicácio é sua capacidade de se tornar meme facilmente, o que Issaaf destaca como um "sinônimo de sucesso nas redes sociais".
"O brasileiro é um espectador que comprova a qualidade do que está assistindo, comprova o entretenimento, com a capacidade de gerar memes. No caso do 'Big Brother', a capacidade vai vir dos participantes", afirma.
O apresentador do Queer Eye Brasil (Netflix) expande discussões com humor, o que pode ser tanto uma característica natural como algo pensado previamente com o intuito da reverberação no digital.
"Ele percebeu que isso funciona no jogo e fala dez vezes a mesma coisa, como se estivesse hipnotizando as pessoas. Isso vira uma coisa engraçada, e ele acaba se destacando dos outros personagens", aponta Gis.
Participação do público
Ao viralizar na internet, esses vídeos permitem uma maior participação do público, o que amplia o programa e o torna ainda mais comentado.
"O digital sempre se alimenta daquilo que permite participação das pessoas. Quando a gente tem personagens que constroem histórias como o Fred, eles oferecem algo que também é muito rico para audiência nas redes sociais: os vazios, que cabem a gente tentar entender", ressalta Issaaf.
Ela ainda explica que o BBB é assistido em segunda tela: as pessoas acompanham o programa pela televisão, mas usam o Twitter para completar essa assistência e comentar os acontecimentos, o que impacta na leitura de cada um.
Além disso, a audiência é bem diferente das edições anteriores.
"É para a galera que vota, que participa de fato no jogo. Eles estão forçando essa edição para um público mais de 'De Férias Com o Ex', trazendo personagens que são mais inflamáveis, que não têm muito a perder, que se permitem viver", afirma Gis.
Finalista?
É justamente essa personalidade "inflamável" que pode prejudicar o participante ao longo do jogo. Gis acredita que, pela sua falta de controle emocional, ele tem uma tendência a atitudes explosivas.
"Ao perder o controle, ele pode fazer algo que o torne um vilão que todos gostem ou errar com alguém seriamente. E aí as pessoas podem o cancelar ou não perdoar", reflete.
Enquanto isso não acontecer, Fred Nicácio continuará entregando o entretenimento desejado, com altas chances de continuar vencendo paredões.
"Se o Fred sair da casa, onde é que a gente vai encontrar os nossos novos memes?", completa Issaaf Karhawi.
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