O que é o culto de Ifá, religião de Fred Nicácio, do BBB 23?

Fred Nicácio foi alvo de intolerância religiosa dentro da casa do BBB 23. A conversa protagonizada por Cristian, Gustavo e Key Alves virou assunto dentro e fora do reality. Na ocasião, os participantes demonstram medo diante de orações do brother.

Após a repercussão do caso, Tadeu Schmidt deu um recado ao vivo sobre diversidade religiosa para os participantes do programa.

Relacionadas

Bruna diz que Fred Nicácio faz bullying no BBB 23: 'Meio adolescente'

Qual é o recorde de toques do Big Fone em uma edição do BBB?

Cristian revela quem beijaria, quem decepcionou e quem é a vilã do BBB 23

O apresentador pediu ainda para que o médico explicasse um pouco sobre sua prática ao Culto de Ifá, um culto tradicional iorubá.

"Ele traz o culto à natureza como sua principal divindade", explicou Nicácio.

"Oxum as águas doces, Iemanjá os mares, Oxalá o sol. Então a cada contato que tenho com a natureza tenho a chance de cultuá-la e gozar dessa benção, que é poder vê-la. A maior manifestação da vida é a própria natureza", completou.

Origem

O culto à Ifá tem origem no sudoeste da Nigéria, com os povos iorubá, um dos maiores grupos étnicos africanos. Não se sabe ao certo o ano de sua origem, embora seja uma filosofia muito antiga.

A filosofia chegou ao Brasil com os iorubás trazidos no fim do período escravagista, entre os séculos 19 e 20.

O Ifá foi acrescentado ao Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco em 2005.

A filosofia do Culto à Ifá consiste em um sistema de divinação oracular, reconhecida como a base dos oráculos usados pelas religiões de matriz africana.

A adivinhação de Ifá não depende de uma pessoa com poderes oraculares, mas da interpretação de um sistema de sinais. Dessa forma, todo conhecimento desse culto está contido no chamado "corpus literário de Ifá", ou Odù Corpus, constituído por 256 conjuntos - considerados divindades - de narrativas poéticas.

Esses conjuntos são subdivididos em versos e refletem a história, a língua, as crenças, a cosmovisão e as questões sociais contemporâneas dos iorubás.

Esses conhecimentos são transmitidos oralmente pelos babalaôs, sacerdotes do Orixá Orunmilá, divindade da sabedoria e do desenvolvimento intelectual, o deus supremo.

Prática

Para ler profecias e adivinhações, os babalaôs usam uma corrente chamada Opele, uma bandeja, conhecida como Opon Ifa, e coquinhos de dendê, chamados Ikin.

Além de conseguir avaliar se a pessoa está ou não vivendo em harmonia com a natureza e seguindo o caminho a que se destina, os sacerdotes são capazes de revelar profecias que envolvem comunidades e cidades.