BBB 23: O que Key Alves tem a ver com a morte do lutador Leandro Lo?
A jogadora de vôlei Key Alves disse, no início do mês, no BBB 23, que viu o assassinato do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo.
A revelação foi feita em conversa com Cara de Sapato, que também era amigo da vítima. "Foi na minha frente. Eu vi tudo, tudo", disse a participante.
A fala repercutiu fora do reality. Na ocasião, o atleta Marcus Buchecha compartilhou a cena nas suas redes sociais, pediu justiça pela morte de Leandro e afirmou esperar que Key Alves deponha sobre o crime.
Leandro Lo, de 33 anos, foi morto com um tiro na cabeça em 7 de agosto do ano passado em uma festa no Clube Sírio, em São Paulo. O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo se entregou à polícia e é réu por homicídio triplamente qualificado. Ele alega legítima defesa.
'Graves e inéditas'
Dois dias depois da declaração de Key, o advogado de Henrique solicitou, por meio de petição judicial, a intimação da jogadora de vôlei para prestar depoimento. Ele classificou as falas de Key Alves como "graves" e "inéditas", e pediu urgência.
Na noite de quarta-feira, no entanto, o juiz Roberto Zanichelli Cintra negou o pedido para que ela deponha. O Ministério Público já havia se manifestado contrário à solicitação.
Zanichelli alegou, na decisão, que a defesa do policial militar "não trouxe justificativa pormenorizada para oitiva da pessoa como testemunha" e ressaltou que prazo para o arrolamento de testemunhas já se encerrou.
Para ele, só as palavras da participante do reality show "não têm o condão [poder]" de indicar que ela teria testemunhado de fato o assassinato.
O juiz também justificou que a jogadora de vôlei não chegou a ser citada no inquérito policial como testemunha presencial.
Mesmo com a decisão, o advogado Claudio Dalledone, que defende o policial, afirmou que a atleta ainda poderá ser ouvida no procedimento interno da Polícia Militar.
Key Alves teve uma conduta deplorável, faltou com a verdade dizendo que tinha visto e que o Leandro Lo não havia feito nada. Isso pode gerar um efeito retórico no caso e atrapalhar a correta dimensão do que realmente aconteceu. O processo criminal é uma reconstrução do que ocorreu. Quando pessoas buscam, com mentiras, participar desse protagonismo, de um caso de repercussão como esse, isso atrapalha a credibilidade da justiça
Claudio Dalledone
O crime
Leandro Lo foi assassinado em uma casa noturna localizada no bairro de Indianópolis, na zona sul de São Paulo.
Segundo o depoimento de um amigo de Leandro, o tenente Henrique Velozo abordou Leandro e colocou copos vazios em suas mãos. O ato, visto como uma provocação, incomodou o campeão mundial.
Segundo a testemunha, Henrique Velozo voltou à mesa de Leandro Lo, pegou uma garrafa de uísque e a ergueu, em provocação ao lutador. Segundo as testemunhas, Leandro Lo derrubou o PM e se posicionou sobre o peito do policial.
"O autor [Henrique Velozo], após se levantar, caminhou alguns metros em sentido oposto ao de Leandro, dando indícios de que a desavença havia cessado e que deixaria o lugar, todavia, de maneira brusca e inesperada, sacou uma arma de fogo que levava consigo sob suas vestes, presa ao cós de sua calça, voltou-se para a vítima e disparou contra a sua face, alvejando-a na testa", afirma o relatório da polícia, descrevendo o relato de uma das testemunhas.
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