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ANÁLISE

Com 'Rocky', Stallone criou universo ficcional melhor que o da Marvel

Já são quase 50 anos da franquia "Rocky" nos cinemas - Divulgação/MGM
Já são quase 50 anos da franquia 'Rocky' nos cinemas Imagem: Divulgação/MGM

Renan Martins Frade

Colaboração para UOL

02/03/2023 11h30

Esta é a versão online da edição desta quinta-feira (2) da newsletter Na Sua Tela. Nesta semana, destaques para "Creed III", "Desaparecida" e outros filmes que chegam aos cinemas e aos streamings, além de uma curadoria do que vale assistir. Quer receber a edição da semana que vem no seu email? Inscreva-se aqui. Os assinantes UOL ainda têm mais de 10 newsletters exclusivas.

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O sino tocou, você ouviu? É que "Creed III" estreia hoje, 2, nos cinemas brasileiros. O filme é nada menos que o nono em uma franquia histórica, que começou ainda nos anos 1970 para contar a trajetória do pugilista Rocky Balboa. Um épico que une amantes da sétima arte e do esporte.

O novo filme traz a estreia de Michael B. Jordan, o ator que interpreta o protagonista Adonis Creed, na função de diretor - e ele entrega, de forma competente, mais um capítulo empolgante para a saga. Falaremos mais do longa-metragem a seguir.

Tudo isso, vale lembrar, criado a partir da mente de Sylvester Stallone. Foi o ator, produtor e diretor que, da solidão do seu pequeno quarto e inspirado pelas grandes lutas do boxe, criou o "Garanhão Italiano" que faz parte da cultura pop há quase 50 anos. Uma franquia que cresceu tanto em importância que entregou um universo ficcional coeso e envolvente muito antes da Marvel Studios e de seus super-heróis. Ouso dizer, até, que fez isso de forma mais interessante e melhor que a Casa das Ideias.

Por esse motivo, o Na Sua Tela desta semana traz uma curadoria especial, com todos os filmes de Rocky e Creed para você assistir nas plataformas de streaming - além de explicar melhor como essas histórias se conectam e a importância delas para o cinema como um todo.

Agora, se você quiser algo diferente, não se preocupe: nos cinemas ainda tem a estreia de "Desaparecida" (espécie de continuação "espiritual" do ótimo "Buscando...") e do tocante "Close".

Está tudo a seguir.

O que tem de novo?

CREED III

Creed III - Divulgação/MGM/Warner Bros. - Divulgação/MGM/Warner Bros.
'Creed III' traz Jonathan Majors, o Kang da Marvel Studios, como o grande antagonista
Imagem: Divulgação/MGM/Warner Bros.

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  • Onde: nos cinemas - clique aqui para comprar ingressos
  • O que tem de bom: Quem não se empolga com uma boa aventura de superação esportiva? Pois "Creed III" continua com a trajetória iniciada em 1976, em "Rocky: Um Lutador", e entrega exatamente isso. Depois dos eventos de "Creed II", Adonis (Michael B. Jordan), filho do ex-campeão mundial Apollo Creed, se aposentou. No entanto, um antigo amigo (interpretado por Jonathan Majors) retorna trazendo de volta uma parte do passado que o protagonista gostaria de esquecer. Dividido entre deveres, dores, culpa e família, Donnie faz escolhas erradas - o que o coloca novamente no ringue. Jordan, na estreia da função de diretor, tenta dar ao seu Creed algumas características próprias, expandindo os clichês da franquia "Rocky", mas sem reinventar a roda. Por isso, temos um enredo mais pessoal para Adonis, agora andando totalmente com suas próprias pernas. Há também uma pincelada, mesmo que modesta, em temas mais atuais como a necessidade de redes de apoio e ajuda psicológica profissional. Falta apenas uma trilha sonora original que empolgue, algo que sempre foi característico da cinessérie.
  • O que te faz sentir: amargura, empolgação
  • A opinião de Roberto Sadovski: "'Creed III' segue à risca a cartilha dos filmes de ação ambientados no mundo do esporte. Isso é traduzido em uma série de eventos, como conflitos em família e aliados severamente machucados, que culminam na volta de Creed ao ringue para uma 'última luta'. Quer uma sequência de montagem ao som de hip hop motivacional? Temos!" (leia a crítica completa)


DESAPARECIDA

Desaparecida - Divulgação/Sony Pictures - Divulgação/Sony Pictures
Com Storm Reid e Joaquim de Almeida, 'Desaparecida' cria suspense a partir das telas
Imagem: Divulgação/Sony Pictures

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  • Onde: nos cinemas
  • O que tem de bom: Lançado em 2018, "Buscando..." chamou a atenção por inovar a linguagem audiovisual. Inspirado pela vida moderna e pelos "filmes perdidos" (como "A Bruxa de Blair"), o longa conta um suspense a partir do que é visto em computadores e celulares. Foi o suficiente para influenciar a criação de todo um subgênero. Agora, Nicholas D. Johnson e Will Merrick, que foram editores do primeiro filme, retornam dirigindo "Desaparecida" - que é uma espécie de "continuação espiritual". O formato é parecido, com a história toda contada pelas telas, mas tem um twist: se no primeiro era um pai em busca da filha perdida, agora é uma filha que começa a investigar o misterioso sumiço da mãe. Ainda que forçada em alguns momentos, a nova produção sabe construir um mistério a partir de algo que está em nossas frentes todos os dias, o tempo todo: os monitores de LCD.
  • O que te faz sentir: ansiedade, incerteza
  • A opinião de Roberto Sadovski: "Se a experiência pode soar cansativa, 'Desaparecida' dribla o tédio trazendo o equilíbrio certo ao contar uma história convencional usando de forma esperta as firulas visuais. Pode parecer difícil acreditar em uma trama inteira narrada em uma infinidade de telas, câmeras e apps, mas o filme traz reviravoltas e surpresas o suficiente para manter a ação fluindo - e as unhas roídas." (leia a crítica completa)

CLOSE

Close - imagem - Divulgação/MUBI/O2 Play - Divulgação/MUBI/O2 Play
'Close' concorre ao Oscar 2023 na categoria de Melhor Filme Internacional
Imagem: Divulgação/MUBI/O2 Play

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  • Onde: nos cinemas; em 21 de abril na MUBI
  • O que tem de bom: Precisamos falar mais sobre a masculinidade tóxica - e como ela sufoca as pessoas. O belga "Close", indicado ao Oscar de Filme Internacional agora em 2023, coloca o assunto em pauta a partir de um momento importante: o da escola e da puberdade. Aqui somos apresentados à amizade de Léo (Eden Dambrine) e Rémi (Gustav De Waele), dois amigos de 13 anos que foram criados juntos e que não se desgrudam. Ao mudarem de colégio, com crianças mais velhas, os dois passam a serem vistos como namorados - o que abala essa amizade. Enquanto um tenta negar as acusações e se encaixar com os outros garotos, o outro se ressente e se retrai. O que vem a seguir é uma série de escolhas erradas dos adultos e bullying dos outros jovens. Um filme para refletir sobre como tratamos a puberdade, as expectativas que criamos para os outros e a pressão social para se encaixar em padrões pré-estabelecidos - inclusive de sexualidade e carinho. Que a dor de assistir a "Close" poupe muitos de sentirem a mesma coisa em suas vidas reais.
  • O que te faz sentir: rejeição, decepção
  • Leia também: 'Close' extrapola universo LGBTQIA+ ao falar de amor e amizade

ESCOLA DE QUEBRADA

Escola de Quebrada - Divulgação/Paramount - Divulgação/Paramount
Mauricio Sasi é o "Chris" que todo mundo "odeia" na quebrada da ZL de São Paulo
Imagem: Divulgação/Paramount

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  • Onde: amanhã, 3, em Paramount+ e UOL Play
  • O que tem de bom: Konrad Dantas, o KondZilla, é uma das mais interessantes vozes do cenário musical e audiovisual do Brasil atual. O produtor alcançou um grande sucesso no YouTube e, depois, migrou para a Netflix com a série "Sintonia". Agora, ele chega ao Paramount+ com o longa-metragem "Escola de Quebrada", mantendo as características que o deixaram famoso. Afinal, normalmente os filmes e séries nacionais sobre as periferias urbanas são produzidos a partir de uma visão distante, muitas vezes elitista. O novo longa, dirigido por Kaique Alves, traz uma visão da quebrada pela própria quebrada, com muita cor, bom-humor, moda e gírias. Há um certo ar de "Todo Mundo Odeia o Chris", com o dia a dia e os sonhos de um jovem em uma escola pública, mas temperado pela Zona Leste de São Paulo. Divertido e com um quê inocente, fará com que os jovens se vejam na tela - e que os adultos, ou aqueles que não vivem a mesma bolha, possam enxergar pela tela para um mundo que desconhecem.
  • O que te faz sentir: aceitação, malandragem

Além disso, "Triângulo da Tristeza" chega ao Prime Video - o filme foi anteriormente tema desta newsletter, clique aqui para saber mais. Outra estreia do streaming é "Os Fabelmans", que chega em plataformas de aluguel e compra como Apple TV, Google Play e Loja Prime Video. Indicado ao Oscar 2023, o filme também foi destaque do Na Sua Tela em edição dedicada ao diretor Steven Spielberg.

O universo de Rocky Balboa

Rocky - Reprodução/UA/MGM - Reprodução/UA/MGM
Existe um cinema antes e depois de 'Rocky'
Imagem: Reprodução/UA/MGM

Começo dos anos 1970. O ainda jovem Sylvester "Sly" Stallone tinha um sonho: se tornar um ator de sucesso. Só que esse começo não foi fácil. Com poucas oportunidades, Stallone alternava pequenos papéis de figurante com trabalhos como faxineiro. Chegou até a fazer filmes pornôs "softcore". Oportunidades melhores foram surgindo, mas ainda eram pequenas. Ele não desistiu.

Inspirado pelo amor ao esporte, pela própria vida e por ídolos como Rocky Marciano, Joe Frazier, Chuck Wepner, Rocky Graziano e Muhammad Ali, Sly escreveu em apenas três dias e meio aquela que seria a sua obra-prima em termos de roteiro. A história? A de um pobre boxeador da Filadélfia, chamado Rocky Balboa, que após escolhas erradas de vida recebe a chance de lutar contra o maior pugilista do momento, Apollo Creed.

Stallone conseguiu vender o roteiro para a United Arts, que via o longa como um projeto para ser liderado por alguém como Robert Redford ou James Caan. Sly, no entanto, foi convincente e conseguiu para ele mesmo o papel de astro principal.

A produção que se seguiu não foi fácil. O orçamento era baixo, não havia qualquer glamour e economizou-se o máximo possível. Até mesmo o próprio cachorro de Stallone, Butkus, foi usado como o animal de estimação de Balboa. Com o tempo, criou-se uma espécie de lenda sobre esse começo, dando ao filme uma aura ainda maior de superação.

Lançado em uma época na qual Hollywood se reerguia após um período muito difícil, "Rocky, Um Lutador" foi um hit instantâneo com a crítica e o público - alçando Sylvester Stallone ao estrelato. E também mostrando que boxe e cinema são uma grande união.

De lá pra cá foram diversos os longas-metragens que continuam e expandem essa trajetória, mesmo que com seus altos e baixos. Apresentam personagens, acontecimentos e lutas icônicas para os fãs do cinema pipoca, culminando com a estreia de "Creed III" nesta semana.

Muito antes do Universo Cinematográfico da Marvel e de outras tentativas do gênero, a franquia "Rocky" conseguiu criar uma cronologia relativamente coesa, nos empolgando com a vida de seus protagonistas por décadas. E tudo isso começou na cabeça de um ator que se negou a desistir, escrevendo do pequeno quarto onde vivia.

Por isso, a seguir o Na Sua Tela traz todos os longas dessa saga, incluindo onde assistir no streaming e como eles se conectam.

ROCKY, UM LUTADOR

Rocky - Reprodução/UA/MGM - Reprodução/UA/MGM
O confronto entre Rocky e Apollo, que surgiu da mente de Sylvester Stallone
Imagem: Reprodução/UA/MGM

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  • Onde: Prime Video, Paramount+, UOL Play
  • O que tem de bom: "Rocky, Um Lutador" (1976) é o filme definitivo sobre esporte e triunfo. O protagonista, Rocky Balboa (Stallone), é um boxeador que nunca conseguiu ir longe na carreira e se vê obrigado a cobrar pequenas dívidas para a máfia local. Ele, no entanto, recebe a oportunidade de ouro: enfrentar o campeão Apollo Creed (Carl Weathers) em uma luta nas comemorações do Bicentenário dos Estados Unidos. Para o falastrão Apollo, que ficou sem oponente por causa de uma lesão do adversário, era apenas um golpe de marketing - com a desculpa de que "a América é a terra da oportunidade". Porém, para Balboa tratava-se da chance de uma vida. Por isso, o nosso protagonista se empenha ao máximo em seu treinamento com Mickey (Burgess Meredith), ao mesmo tempo em que se apaixona por Adrian (Talia Shire) e precisa sobreviver ao dia a dia da classe média baixa da Filadélfia. Tudo isso embalado por uma trilha sonora icônica, composta por Bill Conti - que, diz a lenda, teve apenas 25 dólares de orçamento. Dirigido por John G. Avildsen (de "Karatê Kid"), "Rocky" foi um sucesso estrondoso e ganhou três Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Edição, além de render indicações para Stallone (como ator e roteirista), Shire e Meredith. Um marco na sétima arte.
  • O que te faz sentir: inspiração, admiração

ROCKY II: A REVANCHE

Rocky II - Divulgação/UA/MGM - Divulgação/UA/MGM
Treinado por Mickey (Burgess Meredith), Rocky enfrentou Apollo em uma revanche
Imagem: Divulgação/UA/MGM

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  • Onde: Prime Video, Paramount+, UOL Play
  • O que tem de bom: Com o sucesso do primeiro filme, uma continuação era mais do que esperada - e "Rocky II: A Revanche" é extremamente competente neste sentido. Após o resultado da primeira luta, Creed e Balboa retornam ao ringue para uma revanche. A diferença, agora, é que o grande campeão se prepara adequadamente para o confronto, enquanto o desafiante precisa lidar com uma série de problemas na vida pessoal. Além de estrelar e roteirizar, Stallone assumiu a função de diretor - seguindo totalmente os passos de John G. Avildsen na produção anterior, o que consolidou de vez todas as fórmulas da franquia. Uma das raras sequências que mantém o clima do original e entrega aquele clímax final que, sem trocadilhos, é um verdadeiro soco.
  • O que te faz sentir: empolgação, coragem


ROCKY III: O DESAFIO SUPREMO

Rocky III - Reprodução/UA/MGM - Reprodução/UA/MGM
'Rocky III' traz Mr. T como vilão e também a icônica música "Eye of the Tiger"
Imagem: Reprodução/UA/MGM

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  • Onde: Prime Video, Paramount+, UOL Play
  • O que tem de bom: Depois da revanche, Balboa se torna um lutador consolidado e campeão mundial em "Rocky III" (1982). Porém, o dinheiro e a vida de luxos o deixam mole - e o boxeador vê surgir em Clubber Lang (Mr. T.) um adversário à altura. Após a vida pessoal bater mais uma vez com força, Rocky faz as pazes com Apollo, passando a treinar com o velho inimigo para enfrentar o novo adversário. Além de apresentar a icônica música "Eye of the Tiger", do Survivor (e que, por anos, foi o tema das transmissões de boxe da TV Globo), "Rocky III" tem o mérito de buscar outras nuances na trajetória de seu protagonista, além de ser autoconsciente de sua redundância - e, por isso, começando a apelar para um certo humor.
  • O que te faz sentir: admiração, confiança

ROCKY IV

Rocky IV - imagem - Reprodução/UA/MGM - Reprodução/UA/MGM
Sylvester Stallone e Dolph Lundgren se enfrentam em 'Rocky IV'
Imagem: Reprodução/UA/MGM

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  • Onde: Prime Video, Paramount+, UOL Play
  • O que tem de bom: A Guerra Fria havia ganhado o palco esportivo nos anos 1980. De um lado, os EUA e alguns aliados boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980, e passaram a denunciar o "amadorismo profissional" soviético que ia contra o espírito olímpico. Quatro anos depois, foi a vez da URSS promover o mesmo boicote à Los Angeles 1984. "Rocky IV" (1985) é a interpretação da franquia para essa disputa. Desta vez somos apresentados a Ivan Drago (Dolph Lundgren), um boxeador russo que vai aos Estados Unidos para uma luta de exibição contra o aposentado Apollo Creed. Acontece que a briga fica séria, com Drago matando o adversário em pleno ringue. Em busca de vingança, Balboa desafia o soviético, levando-os a uma luta épica em plena Moscou. "Rocky IV" é repetitivo, maniqueísta e até inocente em diversos momentos, mas - com o importante olhar crítico - isso acaba rendendo aquela história de bem versus mal que sempre empolga.
  • O que te faz sentir: perda, fúria

ROCKY V

Rocky V - Divulgação/UA/MGM - Divulgação/UA/MGM
Com Balboa como técnico, 'Rocky V' é o ponto mais fraco da franquia
Imagem: Divulgação/UA/MGM

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  • Onde: Prime Video, Paramount+, UOL Play
  • O que tem de bom: Depois de dirigir os três longas anteriores, Sylvester Stallone devolveu a função para John G. Avildsen em "Rocky V" (1990). Infelizmente, o velho diretor entrega o filme mais fraco da franquia. Aposentado após as diversas lesões que sofreu durante a carreira, incluindo na luta contra Drago, Balboa passa a treinar um jovem promissor chamado Tommy (Tommy Morrison). Infelizmente, o tiro sai pela culatra: o novo boxeador é visto apenas como um "robô" do velho campeão, sem vontade própria. Ao tentar sair dessa sombra, Tommy faz uma série de escolhas erradas - e coloca o nome do treinador e mentor em descrédito. Sem o mesmo brilho, "Rocky V" continua a caminhada de seu protagonista, deixando algumas bases para a retomada da franquia muito anos depois.
  • O que te faz sentir: decepção, recriminação

ROCKY BALBOA

Rocky Balboa - imagem - Divulgação/MGM - Divulgação/MGM
Aos 60 anos, o ex-campeão retorna aos ringues em 'Rocky Balboa'
Imagem: Divulgação/MGM

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  • Onde: Prime Video, Paramount+, UOL Play
  • O que tem de bom: A essa altura, já em meados dos anos 2000, poderíamos dizer que a trajetória do Garanhão Italiano tinha sido encerrada. O próprio Sylvester Stallone estava longe de seu melhor: após muitos anos de sucesso, o ator vivia uma época de ostracismo e estava há três anos sem atuar em um filme. Só que, como sempre, as jornadas de Rocky e Sly se misturam. Em "Rocky Balboa" (2006), reencontramos o icônico personagem aposentado há muitos anos e, após a morte da esposa, vivendo como proprietário de um pequeno restaurante na Filadélfia. Só que o interesse pelo ex-campeão é revivido, levando-o ao retornar à ativa aos 60 anos de idade para uma luta de exibição contra o maior lutador do momento. Ainda que recicle muito do "Rocky" original, o longa (novamente dirigido pelo próprio Stallone) é extremamente competente em recapturar aquela energia de volta por cima, empolgando o público.
  • O que te faz sentir: inspiração, orgulho

CREED: NASCIDO PARA LUTAR

Creed - Imagem: Reprodução/Divulgação - Imagem: Reprodução/Divulgação
Honrando o legado do pai, Apollo, Adonis vai em busca do sucesso em 'Creed'
Imagem: Imagem: Reprodução/Divulgação

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  • Onde: Prime Video
  • O que tem de bom: É aqui que o universo de "Rocky" se expande. "Creed: Nascido Para Lutar" (2015) nos apresenta Adonis, um filho fora do casamento que Apollo deixou pouco antes de morrer. Criado entre reformatórios para depois ser adotado pela viúva do pai, Mary Anne (Phylicia Rashad), Donnie (Michael B. Jordan) cresceu com o sonho de uma carreira no boxe. Vendo que não chegaria a lugar nenhum sozinho, o jovem parte em busca de Rocky Balboa (Stallone) como o seu mentor e treinador. Porém, a trajetória de pequenos passos feita sob o sobrenome da mãe biológica, Johnson, é interrompida quando a imprensa descobre que Adonis carrega junto o legado de Creed. Ele então é desafiado pelo grande campeão, Ricky Conlan (Tony Below) - isso enquanto descobre o amor por meio de Bianca (Tessa Thompson) e Balboa enfrenta um árduo tratamento contra o câncer. Envolvente e tocante, "Creed" atualiza e adapta as fórmulas da franquia de forma extremamente competente, se encaixando no mundo atual. Em grande parte, mérito do diretor e co-roteirista Ryan Coogler ("Pantera Negra"). Curiosidade: Sly foi mais uma vez indicado ao Oscar pelo papel de Rocky, desta vez na categoria de Ator Coadjuvante.
  • O que te faz sentir: insegurança, superação

CREED II

Creed II - Divulgação/MGM/Warner Bros. - Divulgação/MGM/Warner Bros.
'Creed II' funciona como um encerramento para a história de 'Rocky IV'
Imagem: Divulgação/MGM/Warner Bros.

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  • Onde: Prime Video
  • O que tem de bom: Como vimos, a família Creed tem a sua caminhada ligada de forma trágica ao clã Drago. "Creed II" (2018) se passa mais de 30 anos após os eventos de "Rocky IV", com Viktor (Florian Munteanu), filho de Ivan Drago (Lundgren), se consolidando como um boxeador profissional de sucesso. Para alcançar o objetivo de ser campeão mundial, o russo desafia Adonis - em uma luta com ares de revanche e extremamente pessoal. Mesmo com o treinamento de Balboa, Donnie precisa enfrentar o seu maior adversário: a própria cabeça. Por isso, temos um filme que bebe diretamente na fonte da própria franquia, elevando uma história originalmente fraca para criar uma verdadeira catarse cinematográfica para os fãs da saga. Mais do que isso: apresenta também um sentimento de fechamento para o próprio Rocky Balboa, permitindo que "Creed" continue como uma franquia por direito.
  • O que te faz sentir: amargura, fúria

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