Ataques golpistas: restauração de obra do século 19 vai custar R$ 800 mil
A restauração da pintura "Ato de Assinatura da Primeira Constituição", do artista Gustavo Hastoy, está estimada em R$ 800 mil, segundo o Senado Federal informou a Splash. A peça do século 19 está entre os itens danificados durante a invasão às sedes dos Três Poderes, que hoje completa dois meses.
A obra de arte, que mostra o gabinete do governo provisório reunido no Palácio do Itamaraty - que, à época, estava localizado no Rio de Janeiro -, ficava exposta no museu da casa legislativa.
Os invasores se penduraram na base da pintura, que estava fixada à parede, na tentativa de derrubá-la. Embora eles tenham encontrado dificuldades, a tela acabou se soltando da base, o que provocou arranhões e marcas. A moldura em madeira sofreu pequenas perdas.
Diante da complexidade e tamanho da peça, o Senado precisou criar um projeto de restauração total da obra. Há necessidade de substituição de todo o verniz, que atualmente "apresenta oxidação por toda a camada pictórica".
Ao todo, a casa identificou 21 bens danificados pelos invasores - sendo que alguns já foram recuperados e retornaram aos lugares de exposição. Considerando o custo para recuperar a pintura de Gustavo Hastoy, a casa legislativa espera gastar mais de R$ 1,2 milhão com a restauração de todos os itens.
Como está a restauração dois meses após os ataques
Na Câmara dos Deputados, ao todo 64 peças foram afetadas durante os atos antidemocráticos, sendo que 81,25% já passaram por algum processo de tratamento. Até o momento, a estimativa total de custo é de R$ 1,4 milhão (somando insumos e mão de obra especializada).
Por telefone, a assessoria do Palácio do Planalto informou que não tem um levantamento atualizado das obras de arte afetadas durante os ataques e que não há previsão para finalização das restaurações. Os itens estão guardados na reserva técnica.
Em relação ao relógio de pêndulo de Balthazar Martinot, peça rara que virou um símbolo da destruição do 8 de janeiro, especialistas suíços vão auxiliar o governo brasileiro na restauração da peça. Entretanto, ainda não há uma data para o início dos trabalhos.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do STF não retornou o contato até a publicação desta matéria. Se o fizer, o texto será atualizado.
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