O que explica destaque de 'Nada de Novo no Front' no Oscar 2023
"Nada de Novo no Front" foi o segundo filme vencedor do Oscar 2023, com quatro vitórias: melhor filme internacional, melhor direção de arte, melhor trilha sonora e melhor fotografia. Para efeito de comparação, "Os Banshees de Inisherin", filme que tinha as mesmas nove indicações, não levou nada. O grande vencedor foi "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo", com sete vitórias.
O que explica então o sucesso do longa alemão "Nada de Novo no Front":
- A aprovação dos sindicatos de Hollywood, que têm muitos votantes na Academia, demonstrada pela lembrança para roteiro adaptado e indicações técnicas importantes, como fotografia, som, direção de arte e efeitos visuais.
- O apoio financeiro e de marketing da Netflix. Filme foi uma aposta do serviço de streaming, que viu o longa como oportunidade para alcançar o sucesso sempre almejado no Oscar.
O caminho de 'Nada de Novo no Front'
Além das quatro vitórias, o filme tinha o diretor Edward Berger e os corroteiristas Lesley Paterson e Ian Stokell também foram lembrados na categoria de melhor roteiro adaptado, apesar de terem perdido para "Entre Mulheres".
O filme estreou no Festival Internacional de Toronto, em setembro do ano passado. Desde então, começou a receber elogios da crítica e o apoio considerável de marketing da Netflix, o que também tem inegável peso no resultado deste domingo.
No agregador de críticas Rotten Tomatoes, o filme tem 92% de aprovação da crítica, e 90% de aprovação do público. O consenso de críticos afirma que é uma obra "oportuna e atemporal, que conserva o poder da clássica fonte, focando na futilidade da guerra".
O que é o filme?
"Nada de Novo no Front" (2022) é a primeira adaptação em alemão do livro clássico antibélico do escritor alemão Erich Maria Remarque.
A primeira vez que o livro ganhou uma versão para os cinemas foi em 1930, pelas mãos do diretor russo radicado nos Estados Unidos Lewis Milestone. Na ocasião, a obra teve quatro indicações e duas vitórias ao Oscar 1931, inclusive como melhor filme.
O filme narra as experiências do soldado Paul Bäumer na Primeira Guerra Mundial, junto a outros combatentes com quem chega à frente do combate pelo oeste.
Paul torna-se quase irmão de outro soldado, conhecido como Kat, que lhe dá ensinamentos sobre a guerra e sobre a vida. Segundo a sinopse oficial divulgada pela Netflix, "Paul e seus colegas sentem em primeira mão como a euforia inicial da guerra se transforma em desespero e medo".
Veterano, Remarque se inspirou na própria experiência na Primeira Guerra para escrever o livro, e posteriormente publicou outras obras inspiradas na mesma temática, para denunciar os horrores da guerra e do pós. Ele partiu para as trincheiras aos 18 anos e foi ferido várias vezes. Todos os seus livros têm uma linguagem considerada simples e bastante emotiva.
Na obra, Remarque faz um relato doloroso de morte, sofrimentos e até mesmo da monotonia entre os conflitos. Neste sentido, o longa atual, estrelado por Daniel Brühl, se encaixa em um subgênero de filmes de guerra com mensagem antibélica: filmes que mostram a realidade humana nos bastidores dos conflitos armados, a fim de escancarar que há um desgaste físico e emocional que perdura.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.