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Mateus Carrieri teve vergonha da Casa dos Artistas: 'Me chamavam de ex-BBB'

Colaboração para Splash

23/03/2023 15h54

É possível que muita gente associe de forma imediata o nome de Mateus Carrieri, 56, à 12ª temporada de A Fazenda, que ele estrelou em 2020, ao lado de nomes como Jojo Todynho, Luiza Ambiel e MC Mirella.

No entanto, quem acompanha a televisão brasileiro há mais tempo certamente se recordará de outros trabalhos, tão ou mais marcantes, que o ator protagonizou ao longo de quase 50 anos de carreira.

Um deles certamente é a Casa dos Artistas (SBT), recordado como o primeiro reality show de confinamento da história da TV brasileira. Mateus participou da edição inaugural da atração, que foi ao ar em 2001 e revelou-se um fenômeno de audiência e repercussão.

Apesar de todo esse êxito, no entanto, nem sempre essa linha do currículo foi motivo de orgulho para o ator.

"Eu reneguei a Casa dos Artistas por algum tempo, porque depois vieram os BBBs e a gente [que participou do programa do SBT] foi colocado como farinha do mesmo saco. Era pejorativo! Eu ouvia: 'você é ex-BBB', e dizia: 'nem BBB eu fiz!'", recorda.

Além disso, tamanho barulho feito pelo programa do SBT causou um certo ressentimento na Globo - que, acostumada a garantir facilmente primeiro lugar de audiência, passou a perder a liderança quase diariamente para a aposta de Silvio Santos.

"Por algum tempo, aquela Casa dos Artistas queimou o filme [de quem participou] na Globo. A Globo não podia chamar ninguém da Casa dos Artistas, nem o Supla podia ir cantar no Faustão. [Mas] depois de alguns anos eu comecei a perceber que aquilo foi histórico - e participar de uma coisa histórica na TV brasileira é legal", observa Mateus.

A Fazenda, aliás, foi outro reality que representou uma certa mágoa para ele - não de sua própria parte, mas da colega de confinamento Jojo Todynho. Os dois cultivaram uma bonita amizade dentro da atração, mas a cantora afirmou publicamente que Mateus a 'traiu' ao se aproximar de outro participante, o cantor Biel - mal-entendido que ele se esforçou em desfazer.

"Mandei mensagem para ela: 'Jojo, o que eu fiz para te trair?' Ela me respondeu: 'Mateus, eu me senti traída'. Respondi: 'ah, Jojo, então não posso fazer nada.' A gente nunca mais se falou", lamenta o galã. "[Mas] estou com a cabeça tranquila de que nunca traí a Jojo."

Chiquititas: marco de toda uma geração

Voltando um pouco mais nas folhas do currículo de Mateus Carrieri na TV, outro título chama a atenção, e em letras garrafais: Chiquititas. Ele foi um dos astros da primeira versão brasileira do folhetim infanto-juvenil, que foi um boom entre as crianças da época.

Na história criada pela argentina Cris Morena, Mateus interpretou o misterioso e atormentado Miguel, pai da personagem principal, Mili (Fernanda Souza). Dado como morto em um acidente aéreo, ele retorna anos depois para encontrar a filha e usa uma máscara para cobrir o rosto desfigurado pela tragédia.

"Ter feito Chiquititas é motivo de tanto orgulho! Até a minha esposa [Day Ribeiro] assistiu. Foi uma versão de muito sucesso, acho que ficou mais de dois anos em cartaz. Eu vou ser sempre o pai da Mili, o mascarado, para essa geração", comemora ele. Mateus chegou a realizar também uma participação especial no remake da trama, lançado em 2013.

'Éramos felizes e sabíamos'

Ao contrário da versão mais recente, toda rodada no Brasil, a versão anterior de Chiquititas era gravada em Buenos Aires, nos mesmos estúdios da original argentina. Por conta disso, todo o elenco escalado teve que se mudar para a capital portenha - inclusive Mateus, que guarda excelentes lembranças desse período.

"A gente era feliz e sabia. Ganhávamos um pouco em dólar e um pouco real, tanto do SBT como da Telefe, e ganhávamos bem", recorda ele, que participou apenas da segunda temporada da história, em 1998.

"Tínhamos também algumas regalias da Telefe lá [em Buenos Aires]: casa para morar, transporte, alimentação... Até a moça que arrumava meu apartamento [era paga pela Telefe]!", acrescenta, com ar nostálgico.