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Vítima de racismo após entrevistar Nikolas venceu outro deputado na justiça

Invertida de Basília Rodrigues em deputado federal Nikolas Ferreira viralizou nas redes sociais - Reprodução/CNN
Invertida de Basília Rodrigues em deputado federal Nikolas Ferreira viralizou nas redes sociais Imagem: Reprodução/CNN

De Splash, no Rio

25/03/2023 04h00

A jornalista e comentarista política da CNN Brasil, Basilia Rodrigues, sofreu racismo por parte de apoiadores do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). após viralizar por dar uma invertida nele durante entrevista.

Na ocasião, Nikolas e a também deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) debatiam possível cassação do mandato de Nikolas por fala transfóbica no plenário da Câmara. O mineiro quis fazer questionamentos sobre o conceito de "ser mulher", mas Basília interrompeu e ressaltou que quem faz as perguntas era ela, não ele.

Quem é Basília Rodrigues?

  • Nascida em Brasília, Basília começou a trabalhar na rádio CBN aos 19 anos, quando ainda cursava graduação em jornalismo;
  • É comentarista política da CNN desde março de 2020;
  • Venceu o Troféu Mulher Imprensa nos anos de 2018 e 2020. Também ganhou o Prêmio Especialistas em 2021 e 2022 -- o último motivou ataques racistas nas redes sociais.

Vitória contra ex-deputado na justiça

A jornalista foi alvo de assédio pelo ex-deputado Wladimir Cost (SD-PA). Ele ficou conhecido após fazer uma tatuagem temporária para o ex-presidente da República Michel Temer (MDB). Basília pediu ao ex-parlamentar que mostrasse a tatuagem. Ele, então, respondeu: "Pra você, só se for o corpo inteiro".

Diante da repercussão negativa do caso, Wladimir Costa usou as redes sociais para afirmar que ninguém acreditaria em assédio sexual porque a repórter, na visão dele, "foge totalmente dos padrões estéticos que, supostamente, despertariam algum tipo de desejo em alguém".

Em 2022, ele foi condenado pelos crimes de injúria e difamação. A pena aplicada pela 2ª Vara Criminal de Brasília foi de um ano e seis meses de prisão — que foi substituída por prestação de serviços comunitários — e multa de R$ 10 mil.

Luta antirracista

Nas redes sociais, Basília se posiciona diariamente contra o racismo e exalta cabelos afros. Fora delas, também comanda painéis e debates sobre racismo nas redações e como combater a discriminação no jornalismo.

Se dizer antirracista não significa ser antirracista; que temos 24 horas/d para agir contra o racismo, mesmo que não pareça tarefa fácil, já que "naturalmente" ele pode estar em todas as coisas.
Basília em publicação no Instagram

A jornalista foi alvo de uma perseguição com motivação racista em 2021 dentro da CNN, segundo reportagem do site Alma Preta, o que gerou incômodo em profissionais da emissora. Editores de imagem chegaram a optar por ocultar a imagem da analista política em algumas entradas ao vivo, deixando apenas a voz dela e se utilizando de imagens de apoio.

Na época, a CNN disse não tolerar nenhuma discriminação e que o departamento de recursos humanos apura com rigor os casos denunciados

Erros ao vivo

A jornalista viralizou em 2022 por errar a frase que consta na bandeira brasileira. A comunicadora trocou ao vivo a frase "Ordem e Progresso" por "independência ou morte".

Ela se explicou nas redes:"Eu errei ao construir a frase em que eu falava do discurso do presidente Jair Bolsonaro, no Dia da Independência, em que ele não falou de independência. E ali, na confusão das palavras, a gente acabou? Eu acabei cometendo esse erro."

Em março de 2020, Basília disse que Chile e Equador não faziam parte da América do Sul. A informação foi corrigida ao vivo pela jornalista e pelo canal. O continente vivia o início da pandemia e o fechamento das fronteiras entre os país.

Ela se explicou nas redes: "A ideia era explicar que não fazem fronteira com o Brasil, mas bloquearam acesso aos brasileiros. Depois, voltamos lá e colocamos os países no continente certo."