Elize Matsunaga: assassina apresenta sua versão da história em documentário
A história de Elize Matsunaga, que foi condenada pelo assassinato seguidor por esquartejamento do corpo do marido, Marcos Matsunaga, voltou à tona após perícia da Polícia Civil de Sorocaba concluir que ela usou um atestado de antecedentes criminais falso feito com base no documento de uma colega.
Lançada em 2021, pela Netflix, a série documental "Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime" dividiu opiniões na época ao mostrar depoimentos de pessoas ligadas ao casal, advogados, cenas do julgamento -bem como da reconstituição do crime — e o principal: uma entrevista com Elize.
A produção gira em torno da figura de uma criminosa confessa, intercalando as falas dela com depoimentos de quem tenta entender o que aconteceu sob o prisma de uma relação tóxica, em que ela ocupa uma posição quase que de vítima, e de quem a vê simplesmente como uma pessoa manipuladora capaz de matar a sangue frio.
A própria Elize se dirige ao espectador, consciente do espetáculo midiático que se tornou o crime que cometeu em 2012: "Respeito a opinião das pessoas. Sei que há pessoas que compreendem o que aconteceu e pessoas que me abominam, que me julgam. E tudo bem. É a opinião delas."
A estratégia da defesa de Elize Matsunaga em seu julgamento foi humanizá-la, como relata no documentário o advogado Luciano Santoro. Por este aspecto, é possível especular qual tenha sido um dos motivos para Elize aceitar gravar para a Netflix: a garantia de que ela tivesse liberdade para contar a história sob o seu ponto de vista.
Opiniões contraditórias às explicações da viúva do empresário da Yoki também são retratadas na série, mas é inegável o peso das declarações dela. Elize é a personagem principal de um drama real. Uma protagonista que chora, com uma história de abuso na adolescência e que sofreu muito ao ser traída duas vezes pelo marido rico.
Em liberdade condicional desde o ano passado, Elize foi condenada a 19 anos e 11 meses de prisão por matar e esquartejar o marido, então presidente da Yoki, Marcos Matsunaga, em 2012. Ela cumpriu regime fechado no presídio de Tremembé (SP) por 10 anos.
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