Como Ben Affleck reuniu elenco de peso em filme sobre o tênis Air Jordan
A ideia de fazer um filme sobre o surgimento de uma linha de tênis, a princípio, parece no mínimo esquisita, ou um indício da crise de criatividade em Hollywood. Mas, na prática, sob o comando de Ben Affleck, o resultado é bem diferente disso.
Em "Air - A História por Trás do Logo", o diretor conta a história de como a Nike deixou de ser o "patinho feio" da NBA ao arriscar tudo em uma única linha de tênis exclusiva para Michael Jordan, então jogador em ascensão que tinha uma preferência declarada pela Adidas.
A partir da história de como o time de executivos conseguiu levar Michael para a Nike, Affleck traça uma narrativa sobre riscos e a relevância do marketing esportivo no que se entende como elementos da cultura pop no cenário atual.
"Além da celebração de uma pessoa conhecida como uma das melhores do mundo, se não a melhor, é uma história muito interessante sobre alguém que realmente deseja ser compensado pelo seu valor, e apreciado por isso", reflete Jason Bateman, que interpreta o ex vice-presidente da Nike Rob Strasser.
Na trama, Matt Damon vive Sonny Vaccaro, então executivo de marketing esportivo que era responsável por selecionar jogadores e times em potencial que seriam interessantes para a Nike. É ele quem propõe gastar todo o orçamento da divisão de basquetes em um único jogador, ao invés de três, como era de costume — e seria menos arriscado.
Para conseguir Michael Jordan, Vaccaro precisa passar pelo agente do jogador, um impaciente e petulante David Falk, personagem de Chris Messina.
"Nós filmamos essas falas ao mesmo tempo, o que não é normal", conta Messina, sobre os muitos diálogos ao telefone com Damon.
"Geralmente, você filma com um supervisor de roteiro, ou tenta ligar para o Matt Damon e o telefone sempre desliga. E foi muito divertido, porque o que faz desse filme algo tão incrível é o elenco. Dá para ver como todos estão alinhados e em uma ótima química."
Sob a bênção do próprio Michael Jordan, "Air" incluiu alguns personagens a pedido do próprio jogador, que confidenciou a Ben Affleck o quanto considerou importantes no processo para que ele assinasse com a Nike. O ex jogador e então treinador assistente da seleção olímpica de basquete George Raveling (Marlon Wayans) e o executivo Howard White (Chris Tucker), que futuramente se tornou o vice-presidente da divisão Jordan, são duas dessas pessoas.
Para Wayans, que é mais conhecido por personagens cômicos, a oportunidade de interpretar George Raveling (que realmente é dono do manuscrito original do discurso de Martin Luther King Jr. da Marcha sobre Washington em 1963) é também a chance de ampliar o seu leque.
"Eu recebi uma ligação de Ben [Affleck] e, antes de tudo, achei que ele tinha o número errado. Perguntei: 'você tem certeza que não quer o número de [Matt] Damon?'", ri o ator.
"E ele me falou sobre o projeto, disse quem estava envolvido e eu aceitei imediatamente. Tudo o que é preciso dizer é 'Matt e Ben' e eu estou lá, não me importo qual filme seja", declara.
Mesmo assim, Wayans diz que não pensa muito em se encaixar em um nicho na hora de aceitar novos papéis.
"Quando você é conhecido por comédia física, as coisas levam tempo", reflete.
"Eu amo versatilidade, e sempre fui fã de Robin Williams, Jim Carrey, Eddie Murphy. Pessoas que podem fazer você rir e chorar na mesma frase ou na mesma cena. E eu acho que é a prática de ir ao trabalho todos os dias e fazer a coisa. Eu já interpretei uma mulher branca, um cara pequeno, sete personagens em um filme, interpretei um drogado em 'Réquiem para um Sonho'. Fiz muito com a minha filmografia e estou aqui para o que for."
Para Chris Tucker, a possibilidade de ajudar a construir o personagem veio a calhar.
"Eu sabia que Howard White descobriu sobre o filme e ele estava totalmente a bordo. Liguei para ele imediatamente, e ele foi muito gracioso, e me contou toda a sua vida", compartilha.
"Eu sabia sobre a vida dele como um adulto, mas ele me contou sobre a vizinhança antiga, onde costumava andar de bicicleta, os professores do colégio, coisas do tipo. Isso foi ótimo para eu conseguir incorporar todos esses elementos no personagem."
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