Agrada de Neymar a Lula: quem é o prodígio de 12 anos que encanta com samba
Miguel Vicente, 12, tinha apenas 3 anos quando começou a mostrar que tinha talento no cavaquinho. Hoje, o prodígio musical conquistou a internet com diversos vídeos em que aparece sorridente cantando hits do samba e do pagode em Itaperuna (RJ), cidade onde vive ele e a família. O sucesso foi tão grande que ele pôde até conhecer o presidente Lula.
Com mais de 800 mil seguidores nas redes sociais, o sucesso de Miguel começou quando a família publicou um vídeo dele cantando "Gratidão", de Xande de Pilares.
"Fiquei assustado porque é um mundo meio novo para a gente. De repente, os seguidores aumentaram e quando vi a Iza e o Neymar estavam repostando também. Ficamos preocupados com a proporção da coisa, mas depois relaxamos porque vimos que estava lá na maior farra", contou ao UOL o pai de Miguel, Rafael Vicente, 40.
Para o filho, receber o reconhecimento dos famosos foi algo que o incentivou bastante a continuar na música.
Tocar e cantar é uma diversão. Foi muito bom ver os artistas repostando e comentando. Eu sempre vejo essas pessoas na TV e nunca imaginaria que iriam falar comigo, fiquei muito emocionado. Miguel Vicente, 12.
De lá pra cá, dezenas de covers de Miguel foram publicados nas redes sociais, alimentadas e monitoradas pelos pais. "Não tínhamos noção de como funcionava isso e só fomos ganhando confiança quando vimos o apoio que ele estava recebendo", diz o pai.
A história de Miguel com o cavaquinho começou quando ele ainda tinha 3 anos. Segundo o pai, o filho sentava-se ao lado da caixa de som nos almoços de domingo e batia no brinquedo tentando imitar as melodias da música. Com 5 anos, ganhou um instrumento de verdade e começou a fazer aulas para aprender acordes.
"Foi uma surpresa para a gente. Não sou músico, a mãe não é. O padrinho dele deu um cavaquinho usado para ele foi quando começou tudo", contou Rafael.
A brincadeira com o cavaquinho durou até os sete anos, quando o padrinho de Miguel morreu. Nesse meio tempo, ele chegou a fazer dois meses de aula, mas os estudos musicais ficaram de lado. Alguns anos depois, em 2020, o hábito foi recuperado de maneira autodidata.
"Fui buscando vídeos na internet. Estava cheio de gás para tocar porque o meu vô também gostava que eu tocasse para ele, então estava pronto para aprender mais", conta Miguel, que perdeu o avô em 2021.
Para ele, "todo mundo" é uma referência. Entre os nomes citados está Ferrugem, Dilsinho, Péricles, Xandy dos Pilares e Thiaguinho, com quem cantou no ano passado durante o "Domingão com Huck" (TV Globo). "Foi inesquecível", diz ele.
Agora, a família planeja lançar novos projetos. Recentemente, Miguel lançou o primeiro single, chamado "Minha Inspiração".
"Estamos separando algumas músicas para montar um grupo de amigos e tocar. Ele também já está compondo e queremos tentar uma coletânea. É o que eu sempre falo para ele, desde o começo: 'a hora que você quiser parar, você pode parar'. Ele não tem contrato com ninguém, está tudo bacana até agora. Tento acompanhar o máximo possível e, para mim, o importante é ele ficar feliz, se sentir bem e não perder a infância, que é algo que preservamos muito", afirma Rafael.
Miguel, por sua vez, espera continuar tocando o cavaquinho por mais tempo. "O meu sonho é me tornar um grande músico. Quero seguir essa carreira, mas também preciso estudar. Uma coisa que me deixa muito emocionado é que muitas pessoas me mandam mensagem dizendo que se inspiram em mim e eu quero ser essa inspiração. Espero que elas possam acreditar que também são capazes. Eu acho que é a cultura e a educação que vai salvar esse país."
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