Ludmilla abre o jogo sobre ficar com mulheres aos 16: 'Tinha medo'
Ludmilla, 27, abriu o coração para falar da descoberta da sua sexualidade na adolescência e do medo que tinha de se assumir como uma mulher LGBT na indústria musical, em especial, pelo universo machista do funk.
A cantora teve um painel próprio hoje na Rio2c, principal evento de criatividade da América Latina, mediado pela jornalista Aline Midlej. Ela foi convidada para contar sua "trajetória da favela ao sucesso internacional".
"Comecei a me relacionar com mulheres aos 16 anos. Depois que comecei, gostei e não parei mais, só que eu não era anônima. Tinha muito medo do que as pessoas iam pensar. Quando assumi a Bru, isso não era algo normal de se ver no nosso meio, no meio do funk em que a gente vivia."
"Eu ouvia: 'você não pode se assumir se não sua carreira vai acabar'. Mas eu tinha que me libertar. Eu não podia ir a grandes eventos porque tinha medo de desmunhecar, não podia ir com a Bru em grandes festas porque nos olhares entregam. Não conseguia ser eu."
Esconder sua sexualidade limitava, inclusive, a carreira. Como Ludmilla lançaria um álbum de pagode falando de amor? As pessoas perguntariam para quem são as letras das canções.
Além da pressão da indústria, Lud, claro, tinha medo da sociedade machista e homofóbica. Ela relembrou que o Brasil é um dos países mais perigosos para existências LGBT.
Tudo isso pôde ser enfrentado quando encontrou Brunna Gonçalves, sua esposa e ex-bailarina. "Tinha que encontrar alguém que amo", reforçou.
"Sou preta, periférica, falo o que pensa? Me expus e pensei: 'vamos ver o que vai acontecer agora'. Eu saí de uma prisão. Gosto de mulher e pronto. Decidi ser eu. Essa é a melhor opção."
A cantora, que acaba de lançar "Vilã" e começa a investir na carreira internacional, confessou que pisa no acelerador hoje para poder diminuir a frequência de trabalho no futuro. Assim, vai focar mais na vida pessoal e familiar.
"Com 35 anos, quero estar muito milionária. Não vou parar, mas quero pisar no freio e desacelerar."
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