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Afinal de contas, a televisão corre mesmo o risco de acabar?

Colaboração para Splash

20/04/2023 09h00

A chegada do streaming foi visto inicialmente como um rival do hábito de assistir televisão. Afinal, o novo meio de comunicação oferecia a oportunidade de acompanhar os mais diversos programa ao gosto e à agenda do espectador, sem a necessidade de respeitar os horários impostos pela grade das emissoras de TV tradicionais.

É possível, inclusive, ter havido quem profetizasse que o streaming levaria ao fim da televisão como então se conhecia. Mas afinal, mais de uma década após a popularização massiva do entretenimento on demand, é possível dizer que ele vai mesmo acabar com a TV?

A televisão influencia o imaginário e os hábitos das pessoas em todo o mundo desde meados da década de 1940, quando seus modelos mais rudimentares passaram a ser comercializados. Ao Brasil, ela chegou não muito tempo depois - mais precisamente no ano 1950, do qual data a fundação da TV Tupi, pioneira em transmissões televisivas por aqui.

Nos últimos anos, porém, é evidente que o interesse do público de massa por esse meio de comunicação caiu consideravelmente. Estatísticas divulgadas em janeiro deste ano pelo portal NaTelinha atestam que as plataformas de streaming já começaram, por exemplo, a ultrapassar em sintonia a programação dominical da TV Globo, até pouco tempo considerada hegemônica.

A queda de audiência de programas como o Big Brother Brasil - que, outrora tida como mania nacional, hoje amarga os piores índices de sintonia de sua história - também acentua essa tendência. Nem mesmo a TV paga foi poupada - mais de 20% dos assinantes brasileiros cancelaram o serviço apenas no ano passado.

Diante de dados tão pessimistas, é possível dizer que a TV está mesmo caminhando para a extinção? A resposta é: não. Muito pelo contrário: hoje, é possível afirmar que ela nunca esteve tão forte e nunca foi tão consumida.

Isso porque, com o tempo, as grandes redes televisivas passaram a considerar o streaming não necessariamente como um rival, mas como um aliado. Hoje, emissoras como Globo, HBO e Telecine já possuem suas próprias plataformas on demand, na qual oferecem os mesmos programas transmitidos da forma tradicional em um cardápio muito mais amplo, capaz de ser assistido no horário em que o assinante quiser.

O inverso também é verdadeiro: não raro, vemos serviços como Prime Video e HBO Max transmitindo premiações e eventos esportivos em caráter exclusivamente ao vivo. Quem não quiser acompanhar em tempo real, não acompanha mais, como na boa e velha TV.

No Brasil, essa tendência de cooperação entre streaming e telinha é consideravelmente maior, tendo em vista que somos o segundo país do mundo com maior número de consumidores de streaming. 64,58% dos brasileiros são adeptos do serviço, atrás apenas dos cidadãos da Nova Zelândia (64,25%), de acordo com relatório do Finder.

Informações assim não deixam dúvidas: a televisão ainda terá vida longa nos lares brasileiros e internacionais, seja da forma tradicional ou adaptada às inovações que vierem surgindo com o passar do tempo.