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'Capitão América' vira mocinho indefeso em romance de ação com Ana de Armas

Ana de Armas e Chris Evans protagonizam "Ghosted: Sem Resposta", do Apple TV+ - Apple TV+/Divulgação
Ana de Armas e Chris Evans protagonizam 'Ghosted: Sem Resposta', do Apple TV+ Imagem: Apple TV+/Divulgação

De Splash, em São Paulo

22/04/2023 04h00

Chris Evans e Ana de Armas já atuaram juntos em "Entre Facas e Segredos" (2019) e "Agente Oculto" (2022), mas é somente no terceiro filme em que contracenam, "Ghosted: Sem Resposta", que os dois se tornaram o "casal do momento" — o projeto estreia na AppleTV+ em 21 de abril.

A obra que reúne dois dos nomes mais badalados de Hollywood na atualidade é o trabalho mais recente do diretor Dexter Fletcher ("Rocketman", "Voando Alto" e do ainda inédito "Sherlock Holmes 3"), que aposta pela primeira vez em um filme de ação na ânsia por retomar algo que acredita ter ficado esquecido nos anos recentes do cinema.

Mas se você espera ver Chris Evans num papel que se assemelhe ao do eterno Capitão América, se engana. Aqui, ele vive Cole, um mocinho indefeso e emocionado que se apaixona pela enigmática Sadie (De Armas) após um único encontro, mas logo descobre que ela é uma agente secreta e acaba se envolvendo em uma conspiração internacional para salvar o mundo.

"A premissa original era muito simples. Imagine ter o melhor encontro da sua vida? Só isso, para mim, já era a parte mais interessante. Você conhece alguém de forma inesperada e vai de um café a um encontro que dura 24 horas. Isso para mim é o mais fantástico do cinema, porque é algo com que todos nós conseguimos nos identificar", reflete Chris Evans, em papo com a participação de Splash.

Para Ana de Armas, um grande apelo da premissa é o fato de ambos estarem presos em suas zonas de conforto.

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Em 'Ghosted', Ana de Armas é agente secreta e Chris Evans é 'mocinho emocionado'
Imagem: Apple TV+/Divulgação

"Eles têm tudo resolvido e, supostamente, estão vivendo a vida dos sonhos. Mas, no final, os dois estão perdendo algo por estarem com muito medo de fazerem outra coisa. Ela tem medo de amar alguém e perder a pessoa, e baseou toda a sua vida na carreira. E ele ajuda o pai na fazenda e tem medo de escrever um livro, viajar o mundo e ser julgado."

Apesar da inversão de papéis — na história, Sadie é a agente secreta envolvida em uma crise global, enquanto Cole é o rapaz que precisa de salvação — Evans não acredita que essa perspectiva tenha a ver com pautas de diversidade ou representação contemporâneas.

Acredito que, a qualquer momento, é revigorante e divertido um filme como esse ter essa inversão dos papéis que esperamos a partir das normas sociais ou audiovisuais
Chris Evans

"Isso traz uma experiência única e legal de se assistir, então não acho que tenha a ver necessariamente com 2023."

Diretor queria cenas de ação analógicas

Ghosted - Cindy Ord/WireImage via Getty Images - Cindy Ord/WireImage via Getty Images
Dexter Fletcher dirige Chris Evans e Ana de Armas em 'Ghosted': cineasta é só elogios para a dupla
Imagem: Cindy Ord/WireImage via Getty Images

Para Dexter Fletcher, cujas experiências na direção se conectam mais à fantasia e ao drama musical que à ação, abraçar um projeto como "Ghosted" era também a oportunidade de retomar algo que considera perdido no cinema atual: a construção de cenas de ação mais analógicas e menos digitais.

"Cresci nos anos 70 e 80, e sempre acompanhei filmes de ação e desastre e o que eu gosto de chamar de 'tempo analógico'. Não havia efeitos visuais e digitais."

Não havia computação gráfica e esse tipo de coisa para ajudar. Essas coisas são feitas de forma real diante da câmera, e é o que eu tento fazer. Tentei manter os momentos o mais autênticos possível.
Dexter Fletcher, diretor

"Queria testar se eu era capaz de fazer cenas de ação se tornarem empolgantes para mim mais uma vez, porque vejo muitos filmes modernos que não me engajam tanto quanto eu gostaria", continua. "Queria ver se eu era capaz de ajudar. E Chris e Ana ajudaram bastante, eles são ótimos juntos em cena."

Um tipo diferente de masculinidade

A ideia de "mocinho indefeso" do personagem de Chris Evans também transforma Cole em um homem mais sensível que a média vista na grande maioria dos filmes. Em determinado momento, por exemplo, ele envia 11 mensagens de texto seguidas para Sadie em dois dias. O traço de personalidade sensível é algo com que Evans se identifica.

"Foi legal interpretar alguém que é humano, com o pé no chão, e que representa o que a maioria de nós faria naquela situação, que é entrar em pânico. Um dos grandes apelos do filme foi poder viver esse homem que não era o herói, que não sabia o que estava fazendo. Independente de gênero, a maioria das pessoas reagiria como Cole reage naquelas circunstâncias."