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Como Pratt e atores de 'Guardiões' resgataram a carreira de James Gunn

James Gunn e Chris Pratt em foto de 2016 na San Diego Comic Con - Kevin Winter/Getty Images
James Gunn e Chris Pratt em foto de 2016 na San Diego Comic Con Imagem: Kevin Winter/Getty Images

De Splash, em São Paulo

30/04/2023 14h07Atualizada em 30/04/2023 14h50

James Gunn parecia ter perdido tudo em 2018. O cineasta foi demitido do cargo de diretor de "Guardiões da Galáxia Vol. 3" após tuítes antigos sobre estupro e pedofilia serem resgatados.

Ele, no entanto, foi recontratado em 2020 e se tornou codiretor da DC Studios, principal rival da Marvel. Além disso, ele será o roteirista de um novo filme sobre o Super-Homem.

Uma reportagem do site The Hollywood Reporter mostra como Chris Pratt, Zoe Saldaña (intérprete da Gamora) e outros atores do elenco de "Guardiões" colaboraram para o retorno triunfal do cineasta.

Poucos dias depois da demissão de Gunn, em julho de 2018, o elenco publicou uma carta aberta em defesa do diretor.

Pratt contou ao Hollywood Reporter que garantiu que todos assinassem o texto que pedia a reintegração de Gunn. Além disso, viajou com Saldaña até à sede da Marvel para um encontro com o presidente e diretor de criação Kevin Feige, o copresidente Louis D'Esposito e a então chefe de produção Victoria Alonso.

Já Dave Bautista, que dá vida aDrax, foi menos sutil e tuitou sobre a Disney. "Nauseante trabalhar para alguém que fortaleceria uma campanha difamatória de fascistas."

Dave e Chris são tão diferentes em suas abordagens. Chris é tipo 'Como podemos fazer isso metodicamente e dar um passo de cada vez?' Dave é tipo 'Foda-se isso'. James Gunn ao Hollywood Reporter

Os atores viam Gunn como o responsável por dar-lhes o destaque com o qual tanto sonhavam, afinal, foi ele quem os escolheu. "Este foi um homem que arriscou conosco e fez sentido para nós protegê-lo quando ele mais precisou", disse Saldaña.

Eles permaneceram próximos ao cineasta nos dias que sucederam à demissão, tanto fisicamente — Saldanã e o marido foram a um jantar com Gunn e a esposa — quanto em pronunciamentos nas redes sociais.

Mas, para o diretor ser recontratado, o então diretor de filmes da Disney e responsável pela demissão, Alan Horn, é quem precisava mudar de opinião.

Quando os tuítes foram resgatados, o executivo não conseguia conceber um mundo em que tais piadas fizessem algum sentido (um de 2009 dizia: "A melhor coisa sobre ser estuprado é quando você termina de ser estuprado e é como 'nossa, isso é ótimo, não ser estuprado!'"), mesmo que Gunn já tivesse se desculpado anteriormente.

No meio tempo, a Marvel nunca contratou um nome para substituir Gunn. "Nem mesmo montamos uma lista preliminar só porque não podíamos fazê-lo", lembra Feige, que se reportava a Horn. "Não aguentávamos."

Feige, por sua vez, garantiu que o terceiro filme seguiria o roteiro de Gunn. "Eu pensei, 'Então, podemos usar o roteiro escrito por James Gunn, mas simplesmente não podemos tê-lo como diretor?", diz Pratt.

Ao site The Hollywood Reporter, Alan Horn não comentou sobre os tuítes nem sobre a decisão de recontratar Gunn, mas disse que a atitude do cineasta após a demissão revelou o seu caráter.

Tudo o que ele fez posteriormente foi de primeira classe. Ele foi tão cavalheiro nos meses seguintes que acabamos de trazê-lo de volta. Parecia a coisa certa a fazer. Eu o tenho em absoluta alta consideração. Alan Horn

Na noite em que Horn lhe ofereceu o emprego de volta, Gunn foi até a casa de Feige. O executivo da Marvel ficou satisfeito por seus esforços terem ajudado a virar a maré. Mas Gunn tinha uma confissão a fazer: apenas um dia antes de ser reintegrado, ele silenciosamente se comprometeu a dirigir outro filme - O Esquadrão Suicida, para a rival DC.

A resposta de Feige? "Apenas faça um bom filme."

À reportagem, Gunn afirmou que se identifica com o Super-Homem. "Ele é alguém que é um estranho que se sente como um alienígena, mas também o último membro, porque ele é o Super-Homem. E é mais ou menos assim que eu me sinto."