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Wanessa não vai imitar Shakira em álbum pós-separação: 'Não teria sentido'

Colaboração para Splash

03/05/2023 11h00

A cantora Wanessa Camargo, 40, vive uma nova fase na carreira e na vida pessoal - e essa mudança aparece refletida em Livre, novo álbum que vem lançando desde o fim do último mês.

Diferentemente dos EPs tradicionais, disponibilizados em uma única ocasião, Livre contará com três atos distintos, formado cada um por três faixas. O primeiro ato foi lançado em 28 de abril, junto com o clipe da música homônima, e o último deve estar disponível até outubro.

"São nove músicas no total. Dividi o álbum para conseguir trabalhar cada música em um período de tempo que acho viável e legal. O primeiro ato vou trabalhar durante dois meses, o segundo mais dois e o terceiro por outros dois", detalha Wanessa, em bate-papo com Zeca Camargo no programa Splash Entrevista.

"Para mim, esse projeto fez sentido como um todo, porque é uma história que estou contando. Uma história com começo, meio e fim. Foi a forma que encontrei para dar atenção a cada capítulo desse livro", explica a cantora.

"Pensei nesse álbum como um livro, uma peça de teatro, não como um álbum com músicas com potencial uma maior que a outra. Nem sei qual é a música mais forte ou mais comercial desse álbum", afirma.

Íntimo e pessoal

Wanessa não nega que as canções de Livre possuem um forte tom autobiográfico.

"Esse álbum é muito pessoal, muito de dentro para fora. O primeiro ato é um ato interno que eu vivi. Uma história que estou contando de algo que veio acontecendo comigo. Um processo interno que eu vivi com meus filhos, meu casamento, meu trabalho, minha saúde mental...", enumera a cantora.

"Estava cheia de coisas para falar, precisando pôr para fora. Em julho, chamei umas parceiras muito queridas, fomos lá para a Chapada dos Viadeiros e fizemos uma música que está no segundo ato, Parte de Mim. Foi um processo muito mágico, muito íntimo", detalha.

Para Wanessa, transformar as próprias experiências pessoais em arte é quase terapêutico. "Uma vez que já cantei e gravei essas músicas, elas já não são mais minhas. Não é todo mundo que gosta de fazer isso, mas eu adoro colocar minhas dores, minhas alegrias, minhas questões na minha música."

Sobrevivendo à separação

Wanessa admite que compôs boa parte das faixas do projeto em meio ao processo de separação do empresário Marcos Buaiz, com quem foi casada por 17 anos. O fim da união foi anunciado há exatamente um ano.

"Passei por uma separação e, nesse processo, [vi que] precisava olhar para mim de novo sozinha, como indivíduo, ouvir a minha voz, meu silêncio... Minha virada foi justamente me ver novamente como Wanessa Godói Camargo. Pensar e ouvir apenas a minha voz", filosofa.

Ela rejeita, contudo, qualquer rótulo de 'coitadinha' advindo dessa experiência. "Se tem uma coisa que aprendi na minha vida, é sair do vitimismo, sair desse lugar de apontamento para o outro."

"Isso não quer dizer que o outro não tenha responsabilidade sobre a relação. Uma relação é 50/50. Mas me interessa muito mais falar dos meus 50, do que eu posso evoluir e crescer, do que apontar os 50 do outro", assegura.

Vingança musical?

Exatamente por isso, quem espera encontrar alguma 'canção de vingança' na playlist de Livre vai se decepcionar. Ao contrário, por exemplo, de Shakira, que mandou indiretas musicais para o ex Gerard Piqué aós a separação, Wanessa assegura que não pretende usar a arte para alfinetar o ex.

"Respeito muito a música da Shakira, acho que ela precisou falar isso, mas cada um escolhe seu caminho. Minhas relações, quando tenho que resolvê-las, resolvo no âmbito particular", decreta a cantora.

"Coloco nas músicas aquilo que vai acrescentar, para o outro e para mim. Tenho dois filhos e não posso expô-los a essa situação. Por mais que eu possa querer fazer justiça, é meu ego que quer isso. Não tem muito sentido para a arte em si", analisa ainda, com sensatez.