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Rita Lee não queria políticos em velório; Suplicy vai e explica motivo

Eduardo Suplicy foi ao velório de Rita Lee - Thiago Duran/BrazilNews
Eduardo Suplicy foi ao velório de Rita Lee Imagem: Thiago Duran/BrazilNews

De Splash, em São Paulo

10/05/2023 13h36Atualizada em 10/05/2023 16h13

Eduardo Suplicy, 81, compareceu ao velório de Rita Lee na manhã de hoje, apesar da "profecia" realizada pela cantora, que morreu na noite de segunda-feira, aos 75 anos.

"Eu sei que está escrito no último livro dela que não venham políticos ao velório dela, porque é capaz até de ela se levantar do caixão e xingar os políticos. Mas quando ela lançou o último livro biográfico, eu fui ao lançamento e ela me deu um abraço de muita amizade", disse o deputado estadual (PT-SP) em entrevista ao SP1 (Globo).

"Ela merece toda nossa amizade porque ela nos proporcionou tantas alegrias e continuará proporcionando. As canções dela ficam para sempre na memória do povo brasileiro", disse o político.

Ontem, Suplicy já havia lamentado a morte da artista e lembrou que subiu ao palco para cantar com ela em 2008.

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Eduardo Suplicy abraça João Lee, filho de Rita
Imagem: Thiago Duran/BrazilNews

Qual a profecia de Rita?

Em sua autobiografia, "Rita Lee: Uma Autobiografia", da Editora Globo, Rita contou como imaginava que o mundo lidaria com sua morte.

A artista afirmou já ter escolhido qual a frase que gostaria que estivesse em seu epitáfio: "Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa."

Na obra, discorreu sobre as reações ao anúncio de sua partida.

"Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta", escreveu. "Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída."

No livro, Rita ainda falou sobre a reação daqueles que a amam. "Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão 'Ovelha Negra', as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair."

"Nas redes virtuais, alguns dirão: 'Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk'. Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: 'Thank you Lord, finally sedated' ('Obrigada, Deus, finalmente sedada', em tradução livre para o português)."

Velório

O velório e o sepultamento do corpo de Rita Lee acontecem hoje, em São Paulo.

O velório é aberto ao público, no Planetário do parque Ibirapuera, das 10h às 17h. Segundo a vontade de Rita, seu corpo será cremado. A cerimônia será particular.

João Lee e Beto Lee, filhos da cantora, chegaram por volta de 11h no Planetário. Virgínia Lee, irmã da cantora, as apresentadoras Astrid Fontenelle e Daniella Cicarelli, o jornalista Pedro Bial, a ex-chacrete Rita Cadillac e a guitarrista Lucinha Turnbull também estão no velório.

Na entrada do Planetário, onde o corpo de Rita Lee está sendo velado, fileiras com coroas de flores foram colocadas. Ela recebeu mensagens de famosos, fãs e amigos. O bloco carnavalesco Ritaleena, por exemplo, que foi criado em homenagem à cantora, mandou uma coroa com a frase: "Pra você, todos os anéis de Saturno".

Marina Ruy Barbosa, Boninho e Jorge Ben Jor são alguns dos famosos que enviaram coroas para a cerimônia de Rita.

Será projetado no céu do Planetário como estava o céu no dia 31 de dezembro de 1947, dia em que a artista nasceu. A exibição será feita durante a cerimônia privada para família e amigos.

Rita Lee deixa o marido, Roberto de Carvalho, os três filhos, Beto, João e Antônio, e dois netos.

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