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Bruno Krupp, que atropelou e matou adolescente, vai a júri popular

De Splash, em São Paulo

11/05/2023 09h21Atualizada em 11/05/2023 16h48

Bruno Krupp, o modelo que atropelou e matou um adolescente com sua moto no ano passado, será julgado em júri popular por homicídio com dolo eventual — ou seja, quando se assume o risco de matar.

Em decisão assinada ontem, à qual Splash obteve acesso, o juiz Gustavo Kalil negou o pedido da defesa para mudar o crime para homicídio culposo, em que não há intenção de matar e cuja pena é menor.

Bruno Krupp poderá recorrer da decisão em liberdade. Ele saiu da prisão com tornozeleira eletrônica em março deste ano, quando o STJ decidiu que a prisão preventiva não pode ser usada como um adiantamento da pena, já que ele ainda não foi julgado.

Procurada por Splash ontem, a defesa do modelo culpou a vítima pelo acidente. "Está totalmente comprovado nos autos que se trata, no máximo, de delito culposo, visto que o pedestre atravessou fora da faixa, onze da noite, com o sinal aberto para veículos, tendo ele quadriplicado sua velocidade quando viu a moto, circunstância que, segundo a perícia, foi a causa efetiva do acidente", diz nota enviada pelos advogados.

"Além disso, provou-se que Bruno não havia ingerido bebida alcóolica, tentou efetivar a manobra evasiva adequada, e o acidente colocou a vida do próprio Bruno em risco, circunstâncias incompatíveis com o dolo eventual. Acidentes no trânsito são entendidos, pacificamente, pelo STJ, como delitos culposos, tanto assim que, ao colocar Bruno em liberdade, o Ministro Rogério Schietti Cruz citou diversos julgados em que a Corte já definiu que o excesso de velocidade não ultrapassa a modalidade culposa do ilícito, e que Bruno, inicialmente, havia sido autuado por delito culposo."

A defesa foi procurada para comentar a decisão de levar o caso a júri popular, e este texto será atualizado quando houver resposta.

No dia do acidente, Bruno Krupp pilotava a moto a 150 km/h numa via cujo limite de velocidade é 60 km/h. Ele não tem habilitação para dirigir o veículo e, segundo testemunhas, era conhecido na região por passear com a moto em alta velocidade nos finais de semana.