Cacau Protásio admite que até hoje sofre preconceito na TV: 'Triste de ver'
Cacau Protásio, 47, já é uma veterana das artes nacionais. Com trajetória respeitável no cinema, teatro e TV, ela é sinônimo de sucesso por onde passa e contagia sem dificuldade o público com seu talento e carisma.
O que não quer dizer, entretanto, que não tenha havido dificuldades no caminho para chegar lá - ou mesmo que tenha deixado de haver. Cacau afirma que, mesmo após tantos anos de carreira, ainda é alvo de preconceito racial da parte de algumas pessoas com quem trabalha, sobretudo na televisão.
"Sofro até hoje, até de pessoas de quem não esperava, que se dizem minhas amigas. Às vezes é nítido, a ponto de a equipe inteira notar. É triste de ver", desabafou a atriz, em bate-papo com Zeca Camargo no programa Splash Entrevista, da UOL.
Embora lamente a situação, Cacau garante que não se deixa abalar por atitudes assim. "Sempre digo: 'o preconceito não é meu, é do outro'. Graças a Deus, passei [por isso], segui e cheguei aonde cheguei. Ainda sofro muito, mas estou indo em frente."
"Tem pessoas que trabalham à minha volta e falam assim: 'Cacau, por que fulano está fazendo isso com você?' "Eu respondo: 'amor, o problema é dele! Eu vou continuar fazendo [meu trabalho]'", assegura, bem resolvida.
'Avenida Brasil': musa do amendoim
E motivos para se orgulhar da própria arte não faltam a Cacau. Ela despontou para a fama há mais de uma década, quando interpretou a divertida empregada Zezé em "Avenida Brasil" (Globo), novela de João Emanuel Carneiro que foi um fenômeno de popularidade, no Brasil e no mundo.
"Foi um divisor de águas na minha vida. Existe uma Cacau antes de 'Avenida Brasil' e outra depois de 'Avenida Brasil'", festeja a humorista, que é até hoje recordada pela assistente do lar de Carminha (Adriana Esteves) e Tufão (Murilo Benício).
Embora estivesse na história desde o início, Cacau ganhou visibilidade mesmo depois de protagonizar a famosa sequência em que Zezé dança cantarolando: "eu quero ver tu me chamar de amendoim!"
"Essa cena foi total improviso. Depois disso, posso dizer que tive bastante liberdade na novela. Eles [direção] me deixavam bem livre para criar, porque eu era a única do meu núcleo que podia fazer comédia, já que, naquele momento, a família [de Tufão] estava em um momento tenso", recorda a estrela.
11 anos de 'Vai Que Cola'
Outro indiscutível êxito na carreira televisiva de Cacau Protásio é o humorístico "Vai Que Cola", exibido desde 2013 pelo canal pago Multishow. A atriz faz parte do elenco original da atração, na pele da fogosa Terezinha.
Satisfeita com tamanha fidelidade do público, Cacau festeja a longevidade da sitcom. "Eu não imaginei que fosse chegar à terceira temporada, e hoje estamos na 11ª!", gaba-se.
Para ela, a receita do sucesso de "Vai Que Cola" é muito simples: "Identificação! Em todo lugar a que vou, tem alguém que fala: 'eu tenho uma tia escandalosa como a Terezinha', 'tenho um primo gay igual ao Ferdinando (Marcus Majella)'."
"Todo ser humano tem alguém na família que é igual a alguém do Vai Que Cola. Aquela família existe! Família de agregados, ninguém de sangue, que veio morar alguém, veio morar um, depois outro... Todo mundo se odeia em algum momento, mas todo mundo se ama", descreve.
Paulo Gustavo
Em paralelo ao êxito na TV paga, Cacau Protásio também arrisca uma nova incursão pelos cinemas. Na próxima quinta-feira (11), ela estreia nas telonas a comédia "Barraco de Família", em que contracena com nomes como Lellê, Yuri Marçal, Robson Nunes e a cantora Sandra de Sá.
"Faz dois anos [que concluímos as filmagens]. A gente gravou no finalzinho da pandemia - em um momento tão delicado, quando várias pessoas se foram. Era um momento de muita tristeza e a gente estava ali, resistindo", recorda ela, orgulhosa.
O período de gravações teve início justamente quando Cacau acabava de perder um amigo dos mais queridos: o ator Paulo Gustavo, seu colega de elenco no "Vai Que Cola" e em outros projetos. Mesmo assim, a atriz fez questão de continuar, até mesmo como forma de honrar o legado do comediante.
"Ele abriu milhões de portas. Se eu estou aqui mostrando a minha arte, eu tenho que aplaudir, bater palma e lembrar de Paulo Gustavo. Não tem como não lembrar", emociona-se ela.
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