Beyoncé 'abençoa' brasileiros que viajaram 72h para show: 'Inacreditável'
Depois de mais de 72 horas de voos, perrengues, conexões e noites mal dormidas, o publicitário pernambucano residente em Manaus Fábio Marcius, 26, foi muito bem recompensado por Beyoncé, durante o primeiro show da "Renaissance Tour", quinta-feira (11), em Estocolmo, na Suécia.
Durante o show, Fábio, que é fã da diva pop desde os 11 anos, e seu amigo Maycon Oliveira, relações públicas de Brasília, assistiram à apresentação por três horas, carregando um cartaz que dizia: "Passei. Nós voamos 72 horas da Amazônia apenas para ver você". E não é que eles chamaram a atenção da cantora?
No final da apresentação, Beyoncé ficou suspensa no palco e foi em direção a eles e leu o recado: "72 horas?! Eu te agradeço. Deus te abençoe". Para Fábio, foi um momento emocionante e inesquecível.
"A ideia de fazer o cartaz partiu de mim, do meu namorado e do Maicon. Eu queria levar alguma coisa que mostrasse pra Beyoncé que eu estava lá. Foi quando meu namorado sugeriu que colocássemos o total de horas que eu levaria para estar lá. Eu e Maicon gostamos e mandamos fazer a bandeira. Eu esperava que ela notasse, mas, no fundo, não acreditava. Sabe quando você acredita, mas não bota muita fé?", relembra o publicitário.
Na parte final do show, quando ela está suspensa, ela veio para o nosso lado e eu nem pensei. Então estendemos a bandeira e ouvimos a voz dela lendo a nossa bandeira. Nessa hora comecei a chorar, a tremer, gritei. Foi inacreditável, mas a ficha mesmo só caiu depois
Maratona de 72 horas
A saga de 72 horas de Fábio para realizar o seu sonho de criança começou com a viagem da capital do Amazonas até São Paulo. Segundo o publicitário, o cálculo incluiu as horas gastas em voos, esperas em aeroportos, conexões e até mesmo uma noite inteira em um aeroporto alemão.
De Manaus para São Paulo são aproximadamente quatro horas e meia de voo. Em São Paulo, Fábio teve que esperar 17 horas para fazer a conexão até Londres - trajeto que dura mais 11 horas. Depois disso, o publicitário viajou até Frankfurt, na Alemanha. O voo de Londres até a cidade alemã atrasou, o que fez com que Fábio perdesse a conexão que o levaria a Estocolmo.
"Cheguei com quase 10 horas de atraso. A companhia aérea nos deu voucher para o hotel que fica ao lado do aeroporto, mas acabou não servindo de nada, porque o hotel estava lotado. Além disso, nos deram apenas 15 euros [cerca de R$ 90] para a nossa alimentação na Alemanha, o que é muito pouco. Consegui comer só um sanduíche e preferi dormir no aeroporto mesmo, para não perder o voo até a Suécia, que iria sair às 6h da manhã. Já na Suécia, dormi só duas horas e corri pra fila do show."
Sem cartão de crédito e com as passagens dividas em várias prestações no boleto de uma agência de turismo, Fábio Marcius afirma que essa foi a única forma de garantir a realização do sonho de ver um show da Beyoncé de perto.
"Procurei a passagem mais barata, cheia de paradas e conexões. As mais rápidas eram muito caras, e eu não conseguiria pagar. É complicado, mas foi o que eu consegui".
Para ele, apesar das dificuldades, assistir pela primeira vez um show presencialmente da sua cantora preferida foi uma experiência inesquecível.
"Todas as vezes em que eu assistia aos DVDs, eu me imaginava naquele local e chorava só de imaginar. Nesse dia eu realizei esse sonho e fui notado pela Beyoncé. Isso é super inacreditável", comemora.
#ComeToBrazil
Com a repercussão do caso, ele acredita na possibilidade da cantora americana trazer a sua nova turnê para palcos brasileiros. Ele quer aproveitar sua influência nas redes sociais para engajar outros fãs e garantir apresentações da diva em idades de fora do eixo Rio-São Paulo para que, assim como ele, outros fãs brasileiros possam desfrutar dessa experiência.
"Agora que a Beyoncé nos notou, acredito que há possibilidade de ela trazer a turnê para a Amazônia. Toda vez que o Brasil aparece, reforça que os fãs brasileiros estão com saudade, que nós somos um público que ela mesma já falou nos shows que ama. Mas também sabemos que não depende só dela. Essa decisão também está nas mãos de empresários e produtores de eventos locais, que, por sua vez, precisam estar atentos com essa demanda aqui no Brasil", diz ele.
"Estou conversando com centrais de algumas fanbases da Beyoncé aqui no Brasil para mobilizar e tentar garantir a vinda da diva pop para o país. Apesar de alguns jornalistas já anunciarem que já existem negociações para trazer a Renaissance Tour para o Rio e São Paulo, essas são duas cidades que, querendo ou não, nós fãs sofremos para nos locomover. Então acredito, sim, que há essa possibilidade, mas esse deve ser um trabalho conjunto: os fãs precisam mostrar que há demanda e os produtores de eventos verem que existe essa demanda e, por fim, a gente poder se deliciar com o maravilhoso show da Beyoncé. É único, é mágico, é surreal, é indescritível", concluiu ele.
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