'Rainha Charlotte': Qual é a história real da 'loucura' do rei George 3°?
Desde a estreia de "Bridgerton" em 2020, o mistério por trás da saúde do Rei George gerou curiosidade entre os fãs da série. Nela, vemos um rei perdido em alucinações, que sai de cena tão rápido quanto entra, deixando os espectadores confusos com sua condição.
Com "Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton", as dúvidas finalmente começaram a ser respondidas. Corey Mylchreest dá vida à versão jovem do monarca e mergulha na confusão mental do personagem.
Inspirada na realidade
A série é uma trama de ficção baseada na história real do rei George 3° e sua esposa, a rainha Charlotte, interpretada por India Amarteifio. Nascido em 1738, ele foi rei da Inglaterra a partir de 1760. Em 1801, com a união do seu reino com o da Irlanda, se tornou rei do Reino Unido, posto que exerceu até a sua morte em 1820. Ele ficou conhecido como o "rei louco que perdeu a América" - os Estados Unidos se tornaram independentes no período.
George nunca foi oficialmente diagnosticado com uma doença mental, mas os efeitos de seus sintomas fizeram com que ele fosse afastado da Coroa e seu primogênito, George 4°, assumisse o trono como príncipe regente em 1811.
Em "Rainha Charlotte", a rainha encontra o marido durante o que parece ser um episódio maníaco, falando frases sem sentido enquanto rabisca uma parede. Em seguida, ele corre para os jardins do palácio, tira as roupas e se declara para a deusa Vênus sob a luz do luar.
Ao longo dos episódios, o personagem enfrenta outras crises do tipo e decide se submeter a um tratamento dolorido para se curar. Na vida real, os seus sintomas eram bem parecidos.
Segundo o site oficial da família real britânica, George 3° teve "surtos graves de doença" até ficar "permanentemente enlouquecido" em 1810. Alguns historiadores alegavam que sua instabilidade mental era consequência da porfiria, doença hereditária que pode causar dores, alucinações, delírios e convulsões - sintomas apresentados por ele.
Bipolaridade
Já estudos mais modernos apontam que o governante possivelmente sofria de transtorno bipolar, com episódios de mania recorrentes. Conforme divulgado pela BBC em 2013, a Universidade de Londres analisou cartas escritas por George e constatou que ele usava frases muito longas e repetitivas, o que condiz com a condição de mania.
Pesquisadores afirmam que os surtos aconteciam em meio a confusões em sua vida pessoal, como após a morte prematura de sua filha mais nova. Em paralelo, na produção da Netflix, vemos o jovem ter uma crise depois da primeira aparição pública ao lado da esposa.
Devido às crises recorrentes, George se isolou no Palácio de Kew, como retratado no seriado. Em seus últimos anos de vida, ficou cego e morreu no Castelo de Windsor em 29 de janeiro de 1820.
Assim como na vida real, em momento algum a Netflix crava um diagnóstico ao personagem, deixando as possibilidades abertas à interpretação do público e às - ainda não confirmadas - próximas temporadas.
Com produção e roteiro de Shonda Rhimes e direção de Tom Verica, "Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton" está disponível na Netflix.
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