Marília Mendonça: Especialista diz faltar razão de voo fora de área segura

O advogado da família de Marília Mendonça, Robson Cunha, afirmou nesta segunda-feira (15) que o relatório divulgado pela FAB sobre o acidente que matou a cantora indica que "o fator preponderante" para o acidente foi a colisão com cabos de energia.

Em entrevista ao UOL News, o especialista Beny Balabram, advogado de direito aeronáutico, afirmou que o laudo do acidente, até o momento, não explica o motivo de o avião estar fora do perímetro de segurança do aeroporto.

Se temos um perímetro do aeroporto que é considerado perímetro de segurança e ele [piloto] ultrapassou esse perímetro de segurança, automaticamente esse perímetro não está sinalizado. Ele poderia evitar {o acidente] não indo ao perímetro que está fora da segurança. Essa é a grande questão: por que ele estava circulando aquele perímetro que está fora da área de segurança do aeroporto?"
Beny Balabram, advogado de direito aeronáutico

O especialista diz acreditar em falha humana no sentido de estar sobrevoando uma área fora do perímetro de segurança.

"Eu acredito na possibilidade da falha humana nesse sentido, não propriamente na condução da aeronave, mas na decisão do piloto que o levou a circular fora do perímetro de segurança. Se ele está fora do perímetro de segurança, aquilo [cabos de energia] poderia não estar sinalizado. Claro que sinalizar é um excesso de cautela, de cuidado, na aviação primordial, mas não estando, acredito que não deveria ter motivo para o piloto se encontrar naquele local", afirmou.

Questionado sobre os motivos de os cabos não estarem sinalizados, Balabram voltou a falar a respeito do perímetro de segurança, ressaltando que, por esse motivo, não haveria necessidade de sinalização.

Não é uma falha porque está fora do perímetro de segurança de navegabilidade do local. Ainda que o excesso de cautela possa evitar um acidente, seria ótimo que fosse possível sinalizar todos esses locais, o piloto tem consciência de que aquele local está fora do perímetro de segurança do aeroporto e ele fica sujeito a condições desconhecidas.
Beny Balabram, advogado de direito aeronáutico

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