Topo

The Best, Proud Mary, Private Dancer: as histórias dos hits de Tina Turner

Tina Turner se apresenta na Wembley Arena, em Londres, em março de 1985 - Graham Wiltshire/Hulton Archive/Getty Images
Tina Turner se apresenta na Wembley Arena, em Londres, em março de 1985 Imagem: Graham Wiltshire/Hulton Archive/Getty Images

De Splash, em São Paulo

25/05/2023 04h00

Com mais de 150 milhões de CDs vendidos ao redor do mundo e 11 Grammys, Tina Turner deixou vários hits para a história da indústria musical. A cantora morreu aos 83 anos em sua casa, na Suíça.

Relembre as músicas mais famosas da artista e o significado de cada uma delas.

River Deep, Mountain High (1966)

Apesar da música ter sido creditada a ela e ao então marido Ike Turner, seu produtor, Phil Spector, quis apenas a voz da artista na canção, com uma orquestra e coral de fundo.

A faixa subiu ao top 3 do Reino Unido, mas não fez tanto sucesso nos Estados Unidos. Segundo a autobiografia da cantora, ela não era vista como "'negra' o suficiente para ser R&B, ou 'branca' o suficiente para ser pop".

Proud Mary (1971)

Tina e Ike transformaram o estilo country-rock, celebrando a liberdade de forma explosiva por meio das letras da canção.

Com uma introdução narrada e vocais exuberantes em seguida, "Proud Mary" logo se tornou um hit entre os fãs americanos, subindo ao quarto lugar na Billboard e levando um Grammy.

Nutbush City Limits (1973)

Tina homenageou sua cidade natal no Tennessee por meio da letra dessa música. "A church house, gin house/a school house, outhouse [Uma Igreja, uma algoderia/Uma escola, um alpendre]", escreveu.

O ritmo animado traz uma memória nostálgica sobre a infância de Turner, relembrando alguns de seus momentos de lazer. "You go to the field on week days/And have a picnic on Labor Day [Você vai para os campos nos dias de semana/E tem um piquenique no dia do trabalho]."

Let's Stay Together (1983)

Para lançar sua carreira solo, Tina teve que se reconstruir. O ápice de sua volta foi quando conheceu o grupo britânico Heaven 17, que procurava uma cantora para um de seus projetos.

Quando entrou no estúdio de gravação, ela se deparou com sintetizadores no lugar de outros músicos. "Onde está a banda?", perguntou.

Além de "Let's Stay Together" — que foi sua primeira música a permanecer no top 10 do Reino Unido por uma década —, ela gravou covers de "Ball of Confusion".

What's Love Got to Do With It (1984)

Essa foi a música que consagrou seu status de cantora solo. A canção já havia sido oferecida para Sir Cliff Richard, Donna Summer e Bucks Fizz, mas nenhum aceitou cantá-la.

Inclusive, Turner também negou a proposta inicialmente, mas aceitou com a condição de que pudesse gravar do seu jeito: "vigorosamente, com gravidade e emoções cruas".

O hit lhe rendeu seu único número 1 nos Estados Unidos e o Grammy de Álbum do Ano. Além disso, também a tornou a mulher mais velha (à época) a subir ao topo das paradas estadunidensses, aos 44 anos.

Private Dancer (1984)

Inicialmente gravada por Dire Straits, o cantor não ficou satisfeito com seus vocais na música e precisava de uma voz feminina. Na época, Turner não percebeu que se tratava de uma canção sobre uma prostituta.

"Nunca tive que me rebaixar a isso [prostituição]. Mas acho que a maioria de nós já esteve em situações em que teve que se vender de alguma forma", escreveu em seu livro.

Na obra, ela comenta como "Private Dancer" se relaciona com os momentos em que se manteve calada para evitar brigas com Ike, quando permaneceu casada apesar de desejar o divórcio. "Quando canto essa música, penso na tristeza de fazer algo que não quero. É muito emocionante."

We Don't Need Another Hero (1985)

O clássico dos anos 1980 apareceu no filme "Mad Max - Além da Cúpula do Trovão", em que Tina Turner também atuou. A letra combina com a atmosfera pós-apocalíptica do longa, e a cantora aparece caracterizada como sua personagem, Aunty Entity, no clipe musical.

Segundo a artista, ela se conectava com a personagem porque ambas eram "fortes e resilientes". "Ela perdeu tanto e passou por muito para que os homens de seu mundo a respeitassem. Eu me identifico com suas lutas porque também as vivi."

Número 2 nas paradas americanas, "We Don't Need Another Hero" foi indicada ao Grammy e ao prêmio Ivor Novello.

The Best (1989)

Originalmente escrita para Bonnie Tyler, Tina acrescentou sua força focal e traços do soft rock à música, tornando-a um dos hits mais famosos da década.

Ela apareceu em inúmeros comerciais e ficou conhecida como "Simply The Best" devido a um trecho de seu refrão.

Steamy Windows (1989)

Empoderada e feminista, "Steamy Windows" fala sobre tomar a iniciativa nas relações sexuais e foi considerada um "número deliciosamente ousado" pela Music Week na época.

GoldenEye (1995)

Música tema do filme de James Bond "007", foi escrita por Bono, do U2, e The Edge. A versão inicial não agradou Turner, e ela alterou a melodia para algo que se adequasse melhor à letra da canção.

"Eu tive que trabalhar duro. Sabia que podia cantar qualquer coisa que colocassem em minha frente."