Ex-âncora da CNN expõe ameaça de assessor de Regina Duarte: 'queria bater'
Ex-apresentador da CNN Brasil, Daniel Adjuto revelou os bastidores da polêmica entrevista de Regina Duarte ao programa "CNN 360º", em maio de 2020, na época em que a atriz ocupava o posto de Secretária de Cultura do governo Jair Bolsonaro (PL).
Adjuto, que comandou a entrevista com Duarte, relatou que um assessor da atriz queria agredi-lo, mas a artista agiu para impedir a violência física. As declarações foram em entrevista ao podcast Não é Nada Pessoal.
"Todo mundo [a equipe de Regina] estava falando 'encerra, encerra, encerra!'. Não estávamos mais no ar, no final da entrevista aparece uma mãozinha na câmera e veio um homem da equipe da Regina pra cima de mim. Então ela grita com ele: 'Sai daqui agora! Eu não quero você aqui! Você não vai fazer nada!'. Estava um climão e, aparentemente, ele queria me bater".
Regina Duarte conteve a equipe dela e convidou o jornalista para fazer um lanche. "Então, ela controla a equipe, tanto que fala: 'Vamos ali comer uma bolachinha de arroz e tomar uma água, um chá?', e fomos eu, ela e a assessora dela para acalmar os ânimos. Depois fez as reclamações dela, as pontuações, eu fiz as minhas, e acabou por aí. Daí em diante a gente não conversou mais".
Relembre a entrevista
A entrevista ficou marcada pela exaltação de Regina Duarte, que chegou a ficar visivelmente irritada.
Na ocasião, Duarte cantarolou a música "Pra frente Brasil", criada para inspirar a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970, mas que também se tornou símbolo da ditadura militar.
Duarte também chegou a minimizar os crimes cometidos pela ditadura. "Cara, desculpa, eu vou falar uma coisa. Assim, na humanidade não para de morrer. Se você fala em vida, do outro lado tem morte. E as pessoas ficam 'ó, ó, ó'. Por quê?", argumentou a atriz. "É porque houve tortura, secretária", interrompeu Adjuto na ocasião.
"Bom, mas sempre houve tortura. Meu Deus do céu, Stalin, quantas mortes? Hitler, quantas mortes? Não quero arrastar um cemitério de mortos nas minhas costas. Não desejo isso para ninguém. Sou leve, estou viva, estamos vivos, vamos ficar vivos", concluiu Regina.
Regina Duarte foi exonerada do cargo em junho de 2020, quando foi substituída por Mário Frias.
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