José de Abreu e presidente da CPI do MST trocam farpas: 'tenha dignidade'
José de Abreu e o deputado federal Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), trocaram farpas por divergências político-ideológicas.
Em seu perfil nas redes sociais, o ator compartilhou postagens sobre o fato de o deputado ter recebido doação no período de campanha de um fazendeiro denunciado por trabalho escravo.
As postagens críticas incomodaram Zucco que, em entrevista à Jovem Pan, mandou um "recado" ao ator. "Queria mandar recado para José de Abreu, artista que andou postando porcarias, que cospe nas pessoas. Queria dizer para ele: 'vem cuspir na minha cara'".
"José de Abreu, que se diz corajoso, é sem-vergonha, começou a falar um monte de besteira e um monte de mentira. Falou que o irmão do presidente da CPI estaria na Amazônia, enquanto meu irmão estava no hospital. O cara não tem o mínimo de responsabilidade, de cuidado", completou o parlamentar gaúcho.
José de Abreu rebateu o deputado, negou ter feito acusações contra o irmão dele e sugeriu ao político que "tenha dignidade". "Não acusei seu irmão, general, apenas publiquei uma matéria jornalística. Quanto à cuspida, vai chamar minha esposa de vagabunda como fez o babaca que levou a cuspida e fugiu? Tenha dignidade, tenente-coronel".
O que é a CPI do MST?
A investigação instalada na Câmara dos Deputados tem como objetivo apurar invasões de terra e fontes de financiamento do MST.
Governistas afirmam que a CPI não tem um "objeto", enquanto aposição chama o MST de "terroristas".
A Comissão terá como presidente o tenente-coronel Zucco, enquanto a relatoria ficou com Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro (PL), que ficou marcado por tentar deixar "passar a boiada" nas políticas ambientais.
O UOL Confere mostrou que o MST tem sido alvo de diversas publicações desinformativas.
Quais são as acusações compartilhadas pelo ator?
José de Abreu replicou matéria do site De Olho nos Ruralistas, que traz dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que mostram que o tenente-coronel Zucco recebeu doação de R$ 10 mil do fazendeiro Bruno Pires Xavier nas eleições de 2018 — naquele ano Zucco concorreu ao cargo de deputado estadual pelo Rio Grande do Sul e foi eleito.
A família Xavier é dona do Frigorífico Quatro Marcos e alvo de denúncias de crimes ambientais e trabalhistas. Operações do MPT (Ministério Público do Trabalho) resgataram cerca de 324 trabalhadores em condições análogas à escravidão em imóveis rurais da família.
Em 2018, o juiz Mauro Roberto Curvo, da Vara do Trabalho de Colíder, em Mato Grosso, condenou a família Xavier a pagar R$ 6 milhões por trabalho análogo à escravidão.
Em março de 2023, o deputado tenente-coronel Zucco endossou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de autoria do deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) para acabar com o MPT e com as cortes de Justiça especializada na área trabalhista.
A tentativa de encerrar as cortes trabalhistas aconteceu em meio ao escândalo de trabalho escravo em propriedades do Rio Grande do Sul. A PEC não recolheu as assinaturas mínimas necessárias para ter prosseguimento no Congresso.
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