MC Anjinho é preso no Pará, acusado de agredir dançarina com capacete
Leonardo do Nascimento Fernandes, conhecido como MC Anjinho, foi preso em flagrante na manhã de domingo (28) após ser filmado agredindo a dançarina Mel Dantas com um capacete de moto em Belém do Pará.
Desde que ela denunciou o crime, outras mulheres entraram em contato dizendo que também foram agredidas por ele. "Esse cara me mantinha presa na casa dele, eu não podia sair para canto nenhum", diz um dos relatos. Outra relembrou: "Leonardo é uma pessoa doente, com um sentimento de posse que não tem explicação". Além do caso de Mel, ele é alvo de mais dois inquéritos policiais por violência doméstica no Pará.
Mel afirma que não tinha um relacionamento com o funkeiro, mas mesmo assim ele tinha ciúmes dela. Ela diz que os dois trabalhavam juntos e mantinham uma relação de amizade: "Era uma pessoa que se dizia meu melhor amigo, e Deus o livre se alguém mexesse comigo. Era uma pessoa totalmente diferente dessa pessoa que ele demonstrou ser ontem".
A agressão aconteceu durante uma discussão porque um homem havia começado a segui-la no Instagram. Os dois voltavam de uma festa na moto de MC Anjinho, e quando ele levantou a voz ela decidiu voltar sozinha para casa. Quando ela se recusou a subir na moto, começaram os golpes:
"Ele falou: não, tu vai voltar comigo sim, sobe nessa moto agora. Eu falei que não ia, e gente... Ele me pegava e me jogava na moto, como se fosse uma boneca, uma criança. Como se fosse nada para ele. Resisti até o fim, falei que não ia. Saí de perto para esperar ele ir embora, mas ele não foi. Continuou insistindo, tomou meu celular e a minha bolsa que estava com tudo, minha chave, minhas coisas."
Eu estava desconfiada que ele ia me levar para algum outro lugar, e não para a minha casa. Eu estava sentindo isso. Pelo tom de voz, pelo jeito, eu não confiei. Mel Dantas
Circula nas redes sociais o vídeo de MC Anjinho derrubando Mel Dantas com um golpe de capacete. Ela diz que, nesse momento, ele já a havia derrubado e agredido com dois capacetes, mas ela conseguiu se levantar e foi golpeada de novo — momento capturado no vídeo. O MC só foi embora quando reparou que um rapaz havia parado do outro lado da rua e observava a agressão.
Ele só foi embora porque ele viu o rapaz, senão ele tinha continuado até me matar. Eu já estava desorientada, nas minhas últimas, e ele continuava me agredindo. Mel Dantas
Quando MC Anjinho foi embora, o outro homem levou Mel para a UPA mais próxima. Ela diz que na rua também foi socorrida por uma mulher, mas ouviu dela que deveria ter ido com o MC. Na UPA, ela foi medicada, fez exames e precisou passar por uma pequena cirurgia, porque seu queixo estava quebrado.
Em seguida, a dançarina foi a uma Delegacia da Mulher denunciar o crime. Mel foi com os policiais até a casa de Leonardo, que estava dormindo. Segundo ela, ele deu bom dia para os policiais e negou que a tivesse agredido, dizendo que foi apenas uma briga de casal.
Mel diz que, no caminho para a delegacia, ele resetou o celular dela. "Ele não estava algemado. Então, nesse período do meu bairro até chegar na delegacia onde foi feito o procedimento, ele apagou tudo do meu celular. Restaurou o meu celular para o modo fábrica e apagou todas as provas que eu tinha de que a gente não tinha um relacionamento, que eu não era a mulher dele".
Splash entrou em contato com a equipe do artista, e aguarda resposta.
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.
A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.
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