'Intolerância vem de todos se acharem certos', diz diretor de série global
Conflitos, intolerância e falta de diálogo é a premissa da nova série do Globoplay, "Os Outros", que estreia hoje na plataforma de streaming, e promete dar foco aos problemas evidentes na sociedade atual. Escrita por Lucas Paraizo, criador de "Sob Pressão", e dirigida por Luisa Lima, a trama foi inspirada em histórias de reportagens reais sobre enfrentamento sem limite entre vizinhos.
Relação de conflitos entre vizinhos. A personagem Cibele, interpretada por Adriana Esteves, muda a relação com os vizinhos após o filho Marcinho (Antonio Haddad) se envolver em uma briga com Rogério (Paulo Mendes) na quadra do condomínio. Casada com Amâncio (Thomás Aquino) e uma mãe superprotetora e controladora, ela se desendente com os vizinhos Wando (Millherm Cortaz) e Mila (Maeve Jinkings), pais de Rogério, após resgatar o filho que se machucou na confusão.
A partir deste momento, se inicia uma relação conflituosa entre as famílias, que se intensifica, levando o embate a proporções drásticas, e até mesmo trágicas, saindo do controle em um condomínio da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Todo o drama também percorre a síndica do condomínio, Dona Lúcia (Drica Moraes), o porteiro Elvis (Rodrigo Garcia) e o vizinho Sérgio (Eduardo Sterblitch).
Entre os episódios, as personagens surpreendem com ações inesperadas e que causam espanto, deixando os espectadores boquiabertos. Ao longo dos episódios, o público se vê envolvido em discussões sobre a sociedade atual, baseada em intolerâncias e na falta de diálogo. Com episódios com muita tensão, os vizinhos chegam ao ponto de danificar carro, bate boca com direito a cuspe na cara e prisão.
"'Os Outros' é uma história, entre muitos outros temas, que conversa sobre a intolerância, do que acontece quando todo mundo acha que tem razão e quais são os limites que os personagens de alguma maneira cruzam para defender as suas ideologias a qualquer custo", explicou Paraizo.
É uma série que dialoga um pouco com a sociedade contemporânea que a gente vive, passa por muitas sensações para gente repensar a sociedade que a gente está vivendo. Lucas Paraizo
Famílias retratam uma semelhança. Ambientada em um condomínio de moradores de classe média, que por lá os atores gravaram no próprio local, a diretora da série expõe que as duas famílias têm uma certa similaridade. "É uma narrativa sobre a falta de diálogo, a incapacidade da escuta. Temos duas famílias que têm uma história parecida. Elas saíram do subúrbio e construíram uma vida melhor, com mais segurança para os seus filhos, as suas famílias", contou ela.
Luisa afirma que os conflitos acabam atingindo situações cada vez mais absurdas, chegando a violência entre eles. "A partir da briga desses dois adolescentes numa quadra de jogo de futebol, seus pais vão tentar resolver a situação, mas na verdade eles passam a brigar e vão gerando vários conflitos e situações cada vez mais violentas".
Adriana Esteves ressalta identificação com a série. De acordo com Adriana, a série vai evidenciar as relações existentes na sociedade.
Minha personagem, uma mãe da minha idade, com um filho da idade do meu. Eu tenho uma grande identificação com a série. Vai causar identificação, de todas as pessoas com todos os personagens. É como uma mostra da sociedade. Adriana Esteves
Mila vive em um período de enfrentamento de dificuldades. Maeve destaca como a sua personagem se vê imersa a vários problemas, perda de contato com o filho, que aterroriza Marcinho pelo condomínio e na escola onde estudam, e um casamento com situações delicadas.
"Está em um momento de perceber o crescimento do filho, que tipo de pessoa ele está se tornando, um espelho e o que ele reflete do meu próprio comportamento. Essa mãe está tentando resgatar esse filho, se reconectar e tentando entender em que momento eles se perderam. Ela está também no momento de reavaliação desse casamento com um homem muito conturbado", ressaltou a atriz.
Solidariedade feminina: Embora Cibele e Mila se veem dentro de um embate, Adriana avalia que as duas mães vão se ver em um lugar de uma precisar da ajuda da outra. "A série denuncia muito o quanto a gente precisa do outro e como elas (Cibele e Mila) acabam precisando uma da outra numa questão de solidariedade feminina. Cada uma lutando e brigando pelo seu filho, pela sua família, mas é nítido o quanto elas precisam uma da outra".
A série
O criador da série, Lucas Paraizo, se inspirou em reportagens de conflitos em condomínios exibidas no Fantástico.
O elenco conta com os atores Adriana Esteves, Drica Moraes, Eduardo Sterblitch, Guilherme Fontes, Thomás Aquino, Maeve Jinkings, Milhem Cortaz, Antonio Haddad, Paulo Mendes e Gi Fernandes.
A série tem o argumento de Fernanda Torres, com escrita também de Flavio Araujo, Pedro Riguetti, Bárbara Duvivier, Thiago Dottori e Bruno Ribeiro. A produção é de Luciana Monteiro, enquant a direção de gênero, de José Luiz Villamarim.
A produção estreia amanhã, 31 de maio, às 18h, no Globoplay
O primeiro episódio estará aberto para não assinantes até o dia 5 de junho.
A cada semana, serão disponibilizados dois episódios, sempre às quartas e sextas, até o dia 07 de julho. A série terá o total de 12 episódios.
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