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Frota diz que Bolsonaro queria se vingar de Daniela Mercury após o Ele Não

Alexandre Frota disse que Bolsonaro ficou irritado com campanha do "ele não" liderada por Daniela Mercury em 2018 - Reprodução
Alexandre Frota disse que Bolsonaro ficou irritado com campanha do "ele não" liderada por Daniela Mercury em 2018 Imagem: Reprodução

Colaboração para Splash, em São Paulo

01/06/2023 07h40

Alexandre Frota revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) queria se vingar de Daniela Mercury por "liderar" a campanha "Ele Não" nas eleições de 2018.

Segundo o ex-deputado, que naquela época era um dos principais aliados de Bolsonaro, o ex-presidente ficou irritado com a campanha encabeçada por Mercury e endossada por diversas personalidades da Globo, que também teve a adesão dos internautas nas redes sociais. As declarações foram no podcast Não é Nada Pessoal.

"Ele [Bolsonaro] ficava muito preocupado por causa daquela campanha liderada pela Daniela Mercury, da hashtag 'Ele Não', que várias atrizes da Globo fizeram etc e tal, e ele queria se vingar disso, e eu falava para ele que não era o caminho essa vingança, até porque a cultura do país é uma coisa de extrema importância, e que se ele estava recebendo ódio, repúdio da classe, deveria dar um tapa de luva de pelica na classe, e promover a vultura, ainda que ele não gostasse", relatou.

Extinção do Ministério da Cultura foi por vingança. Frota destacou que o motivo que levou Bolsonaro a acabar com a pasta e torná-la uma secretaria foi justamente para se "vingar" dos artistas.

"Ele destruiu o Ministério da Cultura, transformou na secretaria em uma espécie de vingança. Eu falei para ele que ele estava mexendo com pessoas com milhões de seguidores, que iriam se juntar para massacrá-lo, ainda assim foi inútil", afirmou.

Lei Rouanet. Alexandre Frota também contou que se aproximou de Jair Bolsonaro em 2018 por saber que ele iria "na contramão da cultura" e que "não tinha conhecimentos da Lei Rouanet".

"Logo no início quando a gente estava em campanha, eu conversei muito com ele porque havia uma preocupação muito grande em relação à Lei Rouanet. Eu sabia que ele não entendia absolutamente nada de Lei Rouanet, que ele vinha na contramão da cultura, e ele já tinha falado isso pra mim", contou.

Ele Não

A hashtag que se tornou um dos símbolos das eleições de 2018 surgiu em setembro daquele ano, criada no grupo do Facebook "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro".

Posteriormente, o movimento ganhou aderência no meio artístico, a exemplo de Daniela Mercury, que naquele pleito foi uma das principais vozes contrárias a Jair Bolsonaro entre os famosos.

Em seu perfil no Instagram, Daniela Mercury fez viralizar o desafio de convidar personalidades para irem às ruas contra Bolsonaro. Na ocasião, ela postou vídeo em que elencava seus motivos para não votar no então candidato, e desafiou Anitta a endossar o movimento.

Anitta aceitou e desafiou as cantoras Ivete Sangalo, Claudia Leitte e Preta Gil. O movimento então passou a ganhar mais força e irritou a campanha bolsonarista.