Ex-autora desmente colega sobre ser obrigada a virar evangélica na Record
Cristianne Fridman, 62, afirma que não sofreu qualquer pressão para integrar a Igreja Universal do Reino de Deus no período em que trabalhou na Record. Diz ainda que não foi consultada por Paula Richard, escritora da novela "Jesus" (2018) e responsável pelo processo contra o canal de Edir Macedo por intolerância religiosa, para ser incluída na ação em que a ex-colega acusa a Record de ter sido dispensada por não ter se tornado evangélica. A emissora nega as acusações.
"Nunca fui convidada a participar da Igreja Universal do Reino de Deus. Não estou processando a Record. O foro para questões judiciais me parece não ser a imprensa. Meu nome foi citado em uma reportagem, mas sem que houvesse uma confirmação e/ou consulta feita a mim", diz Fridman, em entrevista exclusiva a Splash.
Fridman descreve como "profissional" a relação com Cristiane Cardoso, filha de Edir Macedo e responsável pela área de novelas da Record.. "Ela era supervisora de texto, conforme créditos expostos nas obras que iam ao ar, e minha relação era profissional: autora para supervisora que, hierarquicamente, direciona estratégias da empresa."
Cristianne Fridman foi contratada pela Record em 2005, após colaborar em novelas da Globo. O primeiro trabalho na emissora da Barra Funda foi em "Essas Mulheres", de Marcílio Moraes. No ano seguinte, ela foi autora titular de "Bicho do Mato". A escritora também assinou as produções "Chamas da Vida", "Vidas em Jogo", "Vitória", "Jezebel", "Topíssima" e "Amor Sem Igual".
O que aconteceu:
O site Notícias da TV afirma que a Record está sendo acusada de demitir autores de novelas bíblicas que se recusaram a se tornar evangélicos. A reportagem diz que Emílio Boechat, Camillo Pelegrini, Joaquim Assis, Cristianne Fridman e Paula Richard são alguns dos profissionais rejeitados por não seguirem a orientação.
Texto diz que Paula Richard, autora de tramas como "O Rico e Lázaro", levou a situação à Justiça. Splash confirmou a existência do processo contra a emissora. De acordo com o site, a escritora, que pede R$ 5,6 milhões de indenização, teria anexado falas de colegas que afirma terem enfrentado a mesma situação.
Procurada, a emissora, que tem como dono o empresário e bispo da IURD Edir Macedo, afirma que não tem religião. "A Record vem a público declarar que é contra qualquer tipo de intolerância, inclusive a religiosa. Portanto, o Grupo Record anuncia que tomará todas as providências judiciais necessárias com relação à acusação sofrida."
Já a defesa de Paula Richard afirma que a escritora não comentará sobre as declarações.*
Emilio Boechat foi às redes sociais para dizer que nunca sofreu pressão para se tornar evangélico. O escritor ressaltou que não foi demitido e que deixou a emissora por vontade própria, em 2020, por causa dos "novos rumos artísticos" do canal — que passaria o controle da dramaturgia à Universal.
"Pedi a rescisão amigável do meu contrato, no que fui prontamente atendido, e deixei a novela Gênesis (onde meu nome nem aparecia nos créditos por pedido meu)", explicou Boechat.
Veja outros trechos da entrevista com Cristianne Fridman:
A autora diz que experimentou vários sentimentos no canal. "Muitos anos. Tive a oportunidade de ganhar experiência como autora titular, muitos desafios, alegrias, tristezas, satisfação, insatisfação, uma jornada."
Escritora deixou um seriado pronto antes de sair da Record, em dezembro de 2022. "A história do seriado, a pedido da emissora na época, não deve ser divulgada. Não faço ideia se vai ser levada ao ar [...] meu foco é me recolocar no mercado de trabalho."
Ela também afirma ter apresentado uma ideia de novela à Globo: "Fiz um argumento de novela para avaliação da TV Globo e estou aguardando o retorno. Espero que seja positivo."
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