Ganância e abuso: a história macabra que levou 2 irmãos a matarem os pais
Após o grande sucesso de "Dahmer: Um Canibal Americano", a Netflix está preparando uma segunda temporada sobre mais um caso real. Desta vez, a história será a dos irmãos Lyle, 55, e Erik Menéndez, 52, acusados de matar os próprios pais. Ainda não há data de lançamento, mas o título está programado para chegar em 2024.
Os irmãos tinham 18 e 21 anos em 1989, ano do crime. Eles foram condenados por atirar à queima-roupa contra seus pais, o casal de milionários José e Kitty Menéndez, em sua mansão em Los Angeles.
A acusação é que o crime foi motivado por ganância, mas eles se disseram vítimas de abusos sexuais do pai, atitude que era "aceita" pela mãe.
Quem eram
José Menéndez fugiu de Cuba depois da revolução e foi morar nos Estados Unidos. Ele conheceu Mary Louise "Kitty" Anderson na faculdade e logo se casaram. O casal mudou-se para a cidade de Nova York, onde José se tornou executivo de entretenimento.
Com o sucesso na carreira, a família, que agora incluía Erik e Lyle, se mudou para Los Angeles. José promoveu contratos da RCA Records com bandas como Duran Duran e Menudo.
Os irmãos Menéndez se destacavam em diferentes áreas: enquanto Lyle tinha facilidade com finanças, Erik era um ótimo jogador de tênis.
Alguns "sinais de alerta" começaram a aparecer quando os dois ficaram mais velhos: Erik participou de vários roubos e foi forçado a fazer terapia, enquanto Lyle foi suspenso de Princeton por plágio.
O crime
Em 20 de agosto de 1989, os irmãos disseram à polícia que encontraram os pais mortos ao voltar para casa.
Os corpos foram dizimados a tal ponto que mal podiam ser reconhecíveis pela polícia.
O casal havia sido morto por 15 tiros de duas espingardas calibre 12. José foi baleado várias vezes nos braços e uma vez na cabeça e Kitty foi baleada no tronco e no rosto.
A primeira suspeita envolvia uma suposta vingança da máfia, mas foi logo descartada.
Erik e Lyle foram presos depois de Erik ter sido denunciado pela namorada de seu psicólogo, que disse aos policiais que o terapeuta fora fisicamente ameaçado por Lyle.
Com a denúncia, as fitas das sessões de psicanálise foram admitidas como provas do caso. Nelas, Erik falava sobre os assassinatos dos próprios pais.
O julgamento
Ganância. A Promotoria argumentou que os dois jovens haviam matado os pais para receber a herança.
Abusos sexuais. Já a defesa disse que o crime era uma retaliação por eles serem abusados sexualmente pelo pai, com conivência da mãe. Os abusos nunca foram comprovados.
O julgamento dos irmãos começou em 1993, mas em duas ocasiões os jurados não conseguiram chegar a um acordo.
Eles foram condenados em 1995 à prisão perpétua.
Um investigador do caso disse que eles poderiam planejar uma fuga juntos. Por isso, eles foram presos separados a partir de 1996.
Nunca mais eles haviam se encontrado ou falado ao telefone. Há relatos apenas de que tinham escrito cartas um para o outro e jogado xadrez à distância, descrevendo a movimentação das peças pelo correio.
Em fevereiro de 2018, Lyle Menéndez teve seu nível de periculosidade reduzido e foi transferido para a mesma prisão de Erik Menéndez.
Em abril do mesmo ano, eles receberam autorização para interagir entre si.
Ambos choraram muito ao se reencontrar, reportou a imprensa à época.
Em entrevista à TV americana, em setembro de 2017, Lyle falou da mãe. "Eu amo a minha mãe, ainda choro por ela, e não a perdoo", disse. "A vida dela terminou, e as nossas essencialmente também, por causa dessa decisão dela de não denunciar o que aconteceu. Que tipo de mãe deixa isso acontecer?"
Filmes
A série da Netflix, comandada por Ryan Murphy, não é a primeira a falar sobre o caso.
O filme "Assassinos por Natureza", de 1994, foi a primeira produção a retratar a história dos irmãos.
Em 2017, o canal Lifetime lançou o longa "Menéndez: Blood Brothers", também sobre o caso.
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