Filho de Belo segue passo do pai, que já foi preso por tráfico de drogas
Tal pai, tal filho? Filho do cantor Belo, 49, Arthur Paulo Vieira, 29, foi preso ontem com pequena quantidade de maconha no Rio de Janeiro, mas foi solto após assumir que o entorpecente é para uso próprio e está à disposição da Justiça.
Lidar com questões de prisão na família do músico não é novidade. Belo convive com ações na Justiça por falta de cumprimento de pagamentos e já esteve até atrás das grades no início da década por condenação de trágico de drogas.
Em 2019, o artista relembrou o momento de uma de suas prisões e disse que, na ocasião, vivia sua ascensão como artista. Splash listou os casos polêmicos de Belo em duas décadas.
Associação ao tráfico
Belo foi preso pela primeira vez em junho de 2002, por associação ao tráfico de drogas. Após ficar cinco dias foragido, ele se apresentou à Justiça e teve a prisão preventiva decretada.
Por meio de grampos de celulares autorizados pela Justiça, a polícia identificou conversas entre o cantor e Valdir Ferreira, o Vado, apontado como gerente do tráfico na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio. O traficante pedia R$ 11 mil para comprar um "tecido fino", que, segundo os policiais, era um termo usado para se referir a cocaína. Em troca, daria um "tênis de marca AR", que seria um fuzil AR-15.
Primeira condenação
O cantor ficou 37 dias preso na carceragem da Delegacia de Divisão Antisequestro, no Leblon, zona sul do Rio, em 2002. Ele dividiu cela, de 6 metros quadrados, com sete detentos até conseguir habeas corpus para responder em liberdade no dia 12 de julho. Ele deixou a carceragem, mais magro, com os cabelos pretos, acompanhando de Viviane Araújo, sua noiva na época.
Em dezembro de 2002, o cantor foi condenado a seis anos de prisão, mas recorreu em liberdade ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) pedindo um novo julgamento.
Paredes falsas
Em 5 de novembro de 2004, Belo foi preso em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio. Ele estava escondido em um quarto com paredes falsas após ter sido condenado a oito anos de prisão, em regime fechado, pelos crimes de tráfico e associação para o tráfico. A polícia levou 40 minutos para localizá-lo.
O cantor começou a cumprir pena no presídio Ary Franco, foi transferido para o presídio Evaristo de Moraes e depois voltou para o Ary Franco, após agentes encontrarem celulares e um videogame na cela em que o cantor dividia com outros quatro presos.
Liberdade e praia
Em março de 2006, Belo passou para o regime semiaberto, mas foi proibido de realizar shows fora do município do Rio de Janeiro. Dois anos depois, ele conseguiu liberdade condicional, por cumprir um terço da pena e ter comportamento satisfatório. Ainda assim, Belo precisou respeitar algumas restrições, como não ficar fora de casa após as 23h.
Já em março de 2010, a juíza Roberta Barrouin Carvalho de Souza, da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, concedeu liberdade total ao cantor. A primeira coisa que ele fez foi ir à praia.
"Pulei no mar, de calça, roupa e tudo, em Copacabana. Quando cheguei em casa, vi meus filhos, minha mãe e minha esposa, foi a coisa mais gratificante na minha história. Nas primeiras noites, tinha muitos pesadelos", Belo, no Esquenta (Globo)
No Conversa com Bial (Globo), em 2019, o artista relembrou a prisão e disse que, na ocasião, estava vivendo sua ascensão como artista. "Esse episódio me levou do céu ao inferno em fração de segundos. Não acreditei que seria preso porque cometi um erro de falar um minuto e trinta e oito segundos no telefone. Mesmo assim, fui preso, condenado e fiquei três anos e oito meses. Foi um episódio tão triste! Achei que a minha vida tinha acabado."
Calote em Denílson?
Belo também enfrenta problemas na Justiça por causa de dinheiro. O ex-jogador Denílson comprou, em 1999, os direitos do Soweto, do qual Belo era vocalista. Mas o cantor saiu da banda no ano seguinte para seguir carreira solo.
Denílson levou o caso à Justiça, acusando-o de quebra de contrato, e cobrou a dívida de Belo nas redes sociais. O cantor não gostou, processou o ex-jogador, mas teve o pedido por danos morais rejeitado pela Justiça.
Em 2004, a Justiça condenou Belo a indenizar Denílson. Não cabe mais recursos. Com multas e correções, a dívida atual supera R$ 7 milhões e o ex-jogador faz questão de expor publicamente que ainda não recebeu o dinheiro.
Acusação de contrabando de carros
Cantor voltou às páginas policiais em 2011 após ser acusado de fazer parte de uma máfia de contrabando, que comprava carros de luxo para lavagem de dinheiro. Além de Belo, outros nomes da música e do futebol foram apontados como suspeitos de comprar veículos de luxo, que vinham de Miami (EUA) e entravam no Brasil, principalmente pelos portos de Recife, Vitória e Rio de Janeiro.
Na ocasião, artistas e atletas envolvidos disseram desconhecer as irregularidades na compra dos carros.
Investigação por estelionato e formação de quadrilha
Em 2013, Belo e mais sete pessoas da sua produção foram acusados de estelionato e formação de quadrilha. Eles foram investigados pela Polícia Civil suspeitos de aplicar um golpe na empresa Táxi Aéreo Poty.
Belo e sua equipe fretaram quatro aeronaves de pequeno porte para levá-los de Teresina para Recife, onde aconteceria um show. Eles pagaram o frete com três cheques no valor de R$ 29 mil cada um (R$ 87 mil, no total).
Na época, dono da empresa afirmou que o cantor teria sustado todos os cheques antes que fossem efetuados os pagamentos. Após repercussão negativa do caso, a produtora de Belo e a empresa de táxi aéreo chegaram a um acordo em agosto do mesmo ano.
Acusações de inadimplência
Justiça de São Paulo estabeleceu um prazo para que Belo e Gracyanne Barbosa paguem R$ 483 mil referentes ao atraso no aluguel de uma casa no Planalto Paulista, em São Paulo. Segundo o proprietário, o contrato foi assinado em setembro de 2017, mas os pagamentos foram interrompidos no ano seguinte.
Procurada por Splash na época, a assessoria de Belo afirmou que o contrato não foi assinado por ele, e, sim, por seu ex-empresário que também é um dos réus do processo. O imóvel teria sido cedido ao cantor "como uma contrapartida da relação de agenciamento dos dois. Mas cabia ao titular do contrato se responsabilizar pelas despesas, não a Belo. Essa divisão de responsabilidades era, inclusive, parte do acordo profissional existente entre os dois", diz a nota.
Eles saíram da mansão em 2019 após receberem uma ordem de despejo —mas essa não foi a primeira vez em que eles se mudaram no meio de um processo por aluguéis atrasados. Dois anos antes, Belo e Gracyanne saíram de madrugada de outra casa onde moravam no Jardim Paulista, também em São Paulo. Eles eram processados por uma dívida de aluguel de R$ 500 mil, que hoje corresponde a R$ 915 mil.
Filha presa
Isadora Alkimin Vieira, filha de Belo, foi presa com outras 11 mulheres pela Dcod em novembro de 2022. Ela foi acusada de fazer parte de uma quadrilha que aplicava golpes eletrônicos no Rio de Janeiro, e agia em conjunto com a maior facção criminosa da cidade. Ela foi solta um mês depois por não possuir antecedentes criminais.
Prisão por show na pandemia
Em 2021, Belo foi preso pela Dcod (Delegacia de Combate às Drogas), da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O cantor realizou de um show no Complexo da Maré, zona norte do Rio, durante a pandemia de covid-19.
O evento não foi autorizado pela Secretaria Municipal de Saúde, nem pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Por isso, a polícia também investigou uma suposta invasão ao local e ligação com organização criminosa.
Solto no dia seguinte graças a um habeas corpus, Belo contou em depoimento aos agentes da Dcod que não sabia que a área onde realizou o show era uma região comandada pelo tráfico de drogas e, segundo a defesa, ele foi contratado por R$ 65 mil para fazer o evento.
Belo garantiu que não teve contato com traficantes ou qualquer pessoa armada no local. Segundo o artista, o evento teve duração de 80 minutos, como firmado no contrato. A defesa conversou com o UOL e repudiou a prisão do artista pelos crimes de infração sanitária, crime de epidemia, invasão de prédio público e organização criminosa.
Ligar o cantor Belo com qualquer ligação com o tráfico do Parque União ou qualquer outra localidade, não passa de uma triste ilação que tenta defender o indefensável. Belo não pode ser responsabilizado por nenhuma aglomeração, pois esteve na comunidade do Parque União tão somente para fazer o seu trabalho, previamente contratado por empresa, cujo contrato constam nos autos, não podendo ser o cantor responsabilizado por atos que são inerentes ao contratante e por conseguinte do poder público.
O advogado acrescentou ainda que "atribuir qualquer responsabilidade ao cantor Belo, é o mesmo que dizer então que o comércio das ruas Dias Ferreira e Olegário Maciel, seriam responsáveis pelas aglomerações ali causadas, quando o certo, mais uma vez, é dizer que a responsabilidade de prevenir e/ou fiscalizar é do poder público".
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