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Globo é condenada a pagar R$ 877 mil a jovem que não recebeu prêmio de Huck

De Splash, em São Paulo

14/06/2023 15h06

A Globo foi condenada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) a pagar R$ 877.707,94 para o vencedor do Globetrotter Brasileiro. A competição foi transmitida dentro do Caldeirão do Huck em 2010. A informação foi publicada primeiro pelo site Metrópoles e confirmada por Splash. A decisão não cabe recurso.

"Na época, ele propagou o fato nas redes sociais, mas ninguém acreditou. Dizendo que se fosse verdade, o caso seria judicializado e a Globo condenada. O que só veio a ocorrer 10 anos depois", disse Liana Pascoal, advogada que representa o rapaz, em conversa com a reportagem.

De acordo com a advogada, a rede de televisão já começou a efetuar os pagamentos ao cliente. Procurada, a emissora informou que não comenta assuntos sub judice.

O que aconteceu:

O objetivo da competição era escolher um brasileiro para integrar os Harlem Globetrotters, equipe de basquete norte-americana conhecida por apresentações performáticas.

Wilson Cardoso de Melo, morador do Distrito Federal, venceu a disputa. O prêmio dava direito a salário, participação em jogos e viver nos Estados Unidos com tudo pago.

Ele diz que trancou a faculdade, pediu demissão e terminou um relacionamento para morar nos EUA. Entretanto, por não ter um contrato de trabalho formal, o rapaz teve o visto negado pela embaixada do país americano.

O canal ofereceu um salário de R$ 1 mil por 12 meses como forma de compensação. O jovem, porém, recusou e entrou com um processo judicial.

A emissora apresentou vários recursos no Tribunal de Justiça do DF, mas todos eles foram negados. A ação também foi analisada pelo ministro Marco Aurélio Bellizze, do STJ, que confirmou a sentença.

"Além disso, é inegável que, apesar de não apontar os motivos de recusa do visto americano, a falta de um vínculo de trabalho, decorrente da não contratação do embargado, prejudicou de forma grave a referida autorização de viagem", justificou o ministro.

No processo, a defesa da Globo argumentou que a participação da empresa no concurso estava restrita apenas à participação de Wilson no programa de TV. A responsabilidade da organização seria da W7 Empreendimentos.

A W7 foi procurada pela reportagem, mas não retornou o contato. Se o fizer, o texto será atualizado.