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Moraes manda bloquear perfis de Monark e o proíbe de postar fake news

De Splash, em São Paulo

14/06/2023 16h55Atualizada em 14/06/2023 20h03

O ministro do STF Alexandre de Moraes mandou hoje plataformas de redes sociais bloquearem os perfis do influenciador digital Bruno Monteiro Aiub, o Monark.

O que aconteceu:

O ministro determinou que Monark se abstenha de fazer "publicação, promoção, replicação e compartilhamento das notícias fraudulentas (fake news)" sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e estipulou uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Moraes deu duas horas para que as empresas Discord, Meta, Rumble, Telegram e Twitter "procedam ao bloqueio dos canais/perfis/contas", sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

Na decisão, o ministro afirma que Monark "voltou a divulgar notícias fraudulentas acerca da atuação" do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nas redes sociais, ao criar novas contas para fugir de uma decisão anterior de Moraes que bloqueava seus perfis.

A justificativa são falas de Monark durante uma entrevista dele com o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) na plataforma Rumble. "Por que ele (Supremo) está disposto a garantir uma não-transparência nas eleições?", disse o influenciador na ocasião.

Monark disse ainda, sem provas, haver "maracutaia" nas eleições. "A gente vê o TSE censurando gente, a gente vê o Alexandre de Moraes prendendo pessoas [...], e ao mesmo tempo eles impedindo a transparência das urnas? Você fica desconfiado, que maracutaia está acontecendo nas urnas ali?".

Às 17h, a comunidade do influenciador no Telegram já estava indisponível, sendo exibida a mensagem: "Esta comunidade foi bloqueada no Brasil por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)". Nas demais redes, os perfis continuavam disponíveis.

"Fomos censurados pelo Xandão", disse Monark ao entrar ao vivo em seu programa na rede social Rumble, na tarde de hoje, ironizando a decisão do ministro do STF.

Fomos censurados pelo Xandão [...] Quanto mais poder que a gente aceitar que o Alexandre de Moraes usurpe a si à revelia da constituição, mas poder ele vai ter e não vai entregar esses poderes"
Monark

Monark fez suposta apologia ao nazismo

Monark defendeu a criação de um partido nazista no Brasil que fosse reconhecido por lei durante entrevista com os deputados federais Kim Kataguiri (DEM) e Tabata Amaral (PSB) no Flow Podcast em fevereiro de 2022.

O trecho com suposta apologia ao nazismo logo foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter, com enorme repercussão negativa. Posteriormente, Monark publicou um vídeo pedindo desculpas e disse estar bêbado no momento do podcast.

Porém, com a repercussão negativa entre ouvintes e patrocinadores do podcast, muitos deles cancelaram contrato, a Estúdios Flow, responsável pelo Flow Podcast, anunciou o desligamento de Monark.

Monark disse que se sentiu perseguido pelo YouTube após ter sido vetado do programa de parcerias da plataforma e ficar impossibilitado de monetizar seu conteúdo, e migrou para a plataforma Rumble.

O Ministério Público de São Paulo investiga o caso, reforçou recentemente o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. A instituição está checando se houve dano moral coletivo, difuso ou social contra a comunidade judaica e se ele "está apto à persecução penal".

Monark deixou o Flow no dia seguinte em que a fala foi ao ar. O programa convidou um professor judeu para esclarecer fatos históricos sobre o nazismo e se manifestar contra a ideia de um partido nazista.