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Suspeito de matar Jeff criou pessoas para enganar polícia: 'Invenção fraca'

De Splash, no Rio

15/06/2023 13h19Atualizada em 15/06/2023 17h25

Laudo pericial concluiu que Bruno de Souza Rodrigues, suspeito preso de assassinar Jeff Machado, fingiu ser um homem chamado Giovani em áudio durante a investigação.

O áudio foi enviado para Patrícia Triacca, veterinária amiga de Jeff, com o objetivo de dar informações falsas sobre os cachorros de Jeff, uma das paixões do ator.

Giovani seria namorado de uma amiga de Jeff, mas a polícia concluiu que era Bruno na verdade. A defesa de Bruno disse que ele confessou à polícia ter criado esse personagem.

Já para as autoridades, Bruno inventou outro personagem também, Marcelo, quem ele diz ser o real assassino.

"Marcelo é uma invenção do Bruno, uma invenção fraca sem aparo de inteligência. Reitero: na cena do crime, só existia o Bruno, o Jander e a vítima", disse Elen Souto, delegada titular da DDPA, em entrevista à imprensa.

A defesa de Bruno sustenta que Marcelo existe.

Bruno estava foragido desde o início do mês, quando a polícia prendeu o outro suspeito do crime, Jeander Vinícius da Silva Braga. Splash apurou que ele foi encaminhado para a Polinter, onde vai aguardar a transferência para o Complexo Penitenciário de Gericinó.

Serviço de inteligência monitorava Bruno há dias após ele se mudar para um hostel no Vidigal. Hoje, a Policia Civil chegou ao local com apoio de dois blindados, um helicóptero e policiais da UPP da comunidade.

Durante os cinco dias em que esteve no alto Vidigal, ele teve livre acesso a outras partes do morro e bairros, como Leblon e Ipanema, áreas nobres do Rio de Janeiro.

O que diz a defesa?

Os advogados do acusado, em entrevista à imprensa hoje, disseram que Bruno ficou em silencio durante depoimento prestado pela manhã por acreditar não ter o que acrescentar após dar informações em depoimento por escrito e entregar celulares anteriormente.

Ele sustenta que a vítima foi morta por Marcelo, mas a polícia afirma que trata-se de um personagem inventado por ele. Ainda segundo a defesa, Bruno inventou que Giovani existia após ameaças feitas pelo suposto Marcelo.

A defesa ainda informou que Bruno estava escondido por não concordar com a sua prisão e a espera do habeas corpus.

O que aconteceu?

O corpo de Jeff foi encontrado por policiais em um baú enterrado a 2 metros de profundidade e coberto de concreto em uma casa alugada em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, no último dia 24 de maio.

No dia 1 de junho, o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu a prisão temporária de Jeander Vinícius da Silva e Bruno de Souza Rodrigues como responsáveis pela morte do ator.

A Justiça do Rio de Janeiro negou na semana passada o habeas corpus que solicitava que Bruno de Souza Rodrigues aguardasse a conclusão do inquérito policial da morte do ator Jeff Machado em liberdade.

Há razões objetivas e subjetivas para decretação da segregação cautelar do paciente (Bruno Rodrigues), como a fundada razão de autoria ou participação no crime investigado, bem como em informações de que o paciente estaria tentando entrar em contato com testemunhas. Desembargadora Katya Maria de Paula Menezes Monnerat

Em contato com Splash, o advogado João Maia, da defesa de Bruno, informou não ver razão no pedido de prisão e que seguirá atuando pela liberdade do produtor.

"A defesa acredita nos argumentos apresentados no habeas corpus, e espera que o aprofundamento da discussão permitirá a revogação da prisão temporária de Bruno Rodrigues", diz a nota.

Relembre o caso de Jeff:

Jeff estava desaparecido há quatro meses. A família começou a suspeitar do sumiço no dia 27 de janeiro, e no dia 9 de fevereiro ele foi declarado desaparecido pela polícia.

Os restos mortais estavam em um baú que pertencia ao ator. O corpo foi encontrado em 22 de maio, enterrado e concretado no chão de um imóvel em Campo Grande (RJ), região em que Jeff morava.

Os suspeitos são Bruno de Souza Rodrigues e Jeander Vinícius da Silva Braga. Bruno era amigo de Jeff, prometeu um papel na novela ao ator e chegou a visitar a casa da vítima após a morte. Segundo a polícia, Bruno e Jeander se conheciam há longa data.

Assassinato teria sito premeditado: Em depoimento, Jeander disse que Bruno dopou Jefferson com uma substância em um suco. Os três se dirigiram ao quarto da vítima, que achava que participaria de um ato sexual para uma plataforma de conteúdo adulto. Segundo o suspeito, no entanto, o ato não chegou a ser gravado. Ao entrar no quarto, Jefferson, dopado, foi estrangulado com um fio de telefone pelo Bruno.

Jeff acreditava que começaria a atuar em uma novela após pagar R$ 20 mil a Bruno por papel em produção: O crime aconteceu três dias antes da data em que a vítima acreditava que começaria a atuar em uma novela da Globo.

A motivação do crime teria sido financeira: Jefferson iria cobrar o valor de R$ 20 mil que pagou para ter um papel em uma novela. Além disso, Bruno temia ser desqualificado como pessoa influente no meio artístico se Jeff expusesse a farsa do suspeito.