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Fama repentina, depressão, abuso: a trajetória pessoal de Alanis Morissette

Alanis Morissette se apresenta no Allianz Parque em 14 de novembro - David McNew/REUTERS
Alanis Morissette se apresenta no Allianz Parque em 14 de novembro Imagem: David McNew/REUTERS

De Splash, no Rio

16/06/2023 18h23

Alanis Morissette, 49, anunciou show em São Paulo no dia 14 de novembro, primeira apresentação no Brasil após 12 anos. A artista vem ao país para apresentar a turnê comemorativa de 25 anos de "Jagged Little Pill", seu disco de maior sucesso. Será a única apresentação na América do Sul.

Ela, que já veio ao país em diferentes turnês, foi alçada à fama ao lançar justamente o "Jagged Little Pill" em 1995. Rapidamente, as músicas "Ironic", "You Oughta Know" e "Hand in My Pocket" ganharam as rádios mundo afora e Alanis tornou-se uma das promessas da música. O disco lhe rendeu seis Grammys e shows ao redor do globo.

A fama repentina afetou a cantora e compositora psicologicamente, tanto que ela optou por fazer um retiro espiritual na Índia antes de lançar o segundo disco, "Supposed Former Infatuation Junkie" (1998).

Além da saga relacionada à fama, a trajetória de Alanis é marcada pela superação de outros dramas, como distúrbios de imagem na adolescência, mesma época em que foi abusada sexualmente, e depressão após os partos dos filhos — Ever, 12, Onyx, 7, e Winter, 4 — frutos do casamento com o rapper Souleye.

Alanis Morissette em imagem de divulgação de 1995 - Reprodução - Reprodução
Alanis Morissette em imagem de divulgação de 1995
Imagem: Reprodução

Psicológico após fama repentina: "Minha cabeça girava. Lembro que era uma pessoa que adorava sentar e ver os outros para, de repente, me transformar na que era observada. Isso foi realmente desconcertante", confessou a Oprah Winfrey, no programa "Super Soul Sunday", em 2014.

Anorexia e bulimia aos 16: "Nos Estados Unidos, é muito duro. Em Los Angeles, onde moro, tudo gira ao redor de estar perfeita. A beleza agora é definida pelos ossos que sobressaem no seu decote. É perigoso que este seja o padrão para as mulheres", disse Alanis ao jornal britânico The Guardian em 2016.

Depressão pós-parto: "Eu tive depressão pós-parto após cada gravidez, e com cada criança piorou progressivamente. Estou feliz em dizer que finalmente estou superando — mas isso aconteceu apenas nos últimos três meses", disse em entrevista ao "Today Show" em 2021.

Quando eu estava passando por isso, algumas pessoas diziam: 'Ela só precisa dar um passeio. Ou, 'Ela só precisa dormir!'. Mas trago novidades: é tão complexo. É bioquímico, é neuroquímico, é circunstancial, é ambiental. Não é apenas uma coisa, não tem uma solução rápida.

Abuso aos 15: "Vou precisar de ajuda porque nunca falo sobre isso. Levei anos em terapia para admitir que houve qualquer tipo de vitimização da minha parte. Eu sempre diria que estava consentindo, e, então, lembrei como: 'Ei, você tinha 15 anos, você não está consentindo aos 15'. Agora eu digo, 'Ah sim, eles são todos pedófilos. É tudo estupro'", explicou Alanis a um documentário que teve trechos repercutidos pelo "The Washington Post".