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Mortes de ex e ligação com global: a Viúva Negra que é caçada pela Interpol

Heloísa Borba Gonçalves aparece na lista da Interpol com o codinome de Viúva Negra - Reprodução / Globo
Heloísa Borba Gonçalves aparece na lista da Interpol com o codinome de Viúva Negra Imagem: Reprodução / Globo

Colaboração para Splash

16/06/2023 04h00

Na última semana, o Linha Direta (Globo) exibiu o caso de Heloísa Borba Gonçalves, 73, procurada pela Interpol e foragida da Justiça há mais de 50 anos.

Na lista da Interpol com o codinome de "Viúva Negra", Heloísa também é procurada pela Justiça brasileira e pelas autoridades do FBI (Departamento Federal de Investigação), nos Estados Unidos.

Suspeita de ser mandante do assassinado de vários ex-maridos, ela responde por crimes de estelionato, falsidade ideológica e fraude.

Quando os crimes aconteceram?

A sequência de mortes dos companheiros de Heloísa começou no ano de 1971. O médico alemão Guenther Wolf, com o qual Heloisa teria se casado pouco tempo antes, sofreu um misterioso acidente de carro. Seis meses depois, ela deu à luz Vitória Leticia e a registrou como filha de Guenther, que herdou toda a fortuna do médico.

Seis anos depois, em 1977, Carlos Pinto da Silva, outro companheiro de Heloísa, sofreu um atentado a tiros em Salvador, mas sobreviveu.

Já em 1982, ela conheceu o português Irineu Duque Soares, no Rio de Janeiro. Eles se casaram e cinco meses depois o homem foi assassinado. Heloísa herdou os bens ao registrar mais um bebê em seu nome: Daniel, 1, na época.

Em 1990, aos 40 anos, ela se aproximou de Nicolau Saad, que também foi morto tempos depois.

As mortes não cessaram. Dois anos depois, o coronel Jorge Ribeiro, então companheiro de Heloísa, foi também brutalmente assassinado. Já em 1993, Wagih Murad, 84, outro ex-marido, morreu após um atentado. O perfil das vítimas era semelhante: homens mais velhos, viúvos ou divorciados e com muitos bens.

Repórter da Globo revelou ligação com o caso

Durante a exibição do caso no programa Linha Direta, o repórter da Globo Eric Faria revelou que teve um tio assassinado por Heloísa.

Não sei se todos estão assistindo ao Linha Direta. Pois faz 40 anos que essa história macabra bateu na minha família. Uma das vítimas da viúva negra era meu tio, irmão da minha mãe. Incrível quanta gente sofreu e a assassina segue solta.
Eric Faria no Twitter

Acusações

Em 2011, Heloísa foi condenada a 18 anos pela morte do coronel Jorge Ribeiro. O crime foi a julgamento seis vezes: nas cinco primeiras, ela não compareceu ao tribunal e não houve sessão. Na sexta, a criminosa foi julgada de acordo com a Lei da Cadeira Vazia, que garante que o julgamento pode ser realizado em caso de faltas seguidas do acusado. Desde então, ela nunca mais foi encontrada.

Acusada de outros assassinatos contra ex-companheiros. Segundo o jornal Estado de S. Paulo, para o STF (Supremo Tribunal Federal), Heloísa é a principal suspeita das mortes dos ex-maridos Irineu Duque Soares, Wagih Murad e de outro homem que o acompanhava, além da tentativa de assassinado do filho de Wagih, Elie Murad, e de também mandar matar o detetive Luiz Marques da Mota.

Atualmente, Heloísa é procurada pela Interpol e pelo Departamento Federal de Investigação, o FBI, nos Estados Unidos. Foram, inclusive, investigações do FBI em 2013 que rastrearam Heloísa na Flórida, nos Estados Unidos, com outro nome: Heloísa Saad Lopez. Até hoje, porém, seu paradeiro não foi localizado.