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Da amizade à penhora de cachês: Belo e Denilson travam briga milionária

O ex-jogador Denilson e o cantor Belo travam briga jurídica desde 1999 - Reprodução/Instagram
O ex-jogador Denilson e o cantor Belo travam briga jurídica desde 1999 Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

19/06/2023 08h57

Os cachês de Belo no quadro Dança dos Famosos, da Globo, foram penhorados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A decisão atende a um pedido do ex-jogador Denilson. Os dois travam uma briga judicial há mais de 20 anos.

Da amizade ao bloqueio dos cachês:

Denilson adquiriu em 1999 os direitos da banda "Soweto", que acumulava hits na voz de Belo. Ele seria o responsável por custear parte dos recursos da equipe e banda. Em contrapartida, o ex-jogador teria porcentagens em comercialização de shows.

O estafe de Denilson informou ao UOL Esporte que o ex-jogador teria pagado cerca de R$ 1 milhão para ter o controle do grupo, que na época estourava nas rádios do país com as músicas "Farol das Estrelas", "Mundo de Oz" e "Tempo de Aprender".

Belo deixou o grupo em 2000 para seguir carreira solo. O atleta, que era o detentor dos direitos da banda, acionou a Justiça contra o artista alegando quebra de contrato (entre outros prejuízos).

A defesa de Belo informou à Justiça que o cantor jamais reconheceu Denilson como "dono do Soweto" e argumentou que Belo não recebeu qualquer aporte financeiro de Denilson no período do grupo.
Em 2004, o Tribunal de Justiça entendeu que Belo descumpriu acordo e deu vitória a Denilson, determinando que o cantor pagasse R$ 388 mil na época. O valor não foi quitado.

Em 2017, Belo ingressou com ação contra Denilson por danos morais. O comentarista esportivo cobrou a dívida por meio de um comentário em uma publicação nas redes sociais: "Só falta aprender a pagar quem ele deve".

O músico alegou que Denilson depreciou sua imagem publicamente e pediu R$ 500 mil. A Justiça considerou improcedente a ação, justificando que existe a comprovação do débito do outro processo.

O Tribunal determinou que Belo arcasse com os custos advocatícios da outra parte (Denilson), fixados em 10% do valor da ação, totalizando R$ 50 mil.

O TJ-SP sentenciou que as principais emissoras de TV do país depositassem em juízo eventuais cachês ao músico. A decisão também foi publicada em 2017.

No ano passado, a Justiça ordenou que fosse feito um depósito judicial de pouco mais de R$ 7 milhões que iriam para Belo, oriundos de um show a ser realizado no mês de agosto, no Pacaembu, ao lado de Thiaguinho, pela dívida com Denilson.

Nova decisão

Agora, o tribunal determinou a penhora de cachês do artista pela participação no quadro Dança dos Famosos (Globo). Além disso, o juiz também ordenou que seja nomeado um contador para calcular o valor exato do débito.

Belo reconhece o débito na casa dos R$ 4,9 milhões. "Se o Denilson quisesse, resolvia isso, mas é pessoal. Ele arruma um problema a cada hora. Era só ele aceitar as propostas de negociação desse valor, pois o que ele quer é o dobro. É discrepante querer R$ 9 milhões em um valor de R$ 4,9 milhões", disse o advogado Marcelo Passos, que é responsável pela defesa do cantor, ao colunista do UOL Esportes Diego Garcia.