Caso Jeff: dono de hostel diz que Bruno usou nome falso e ofereceu serviço
Dono da Laje do Neguinho Hostel, onde o produtor Bruno de Souza se hospedou após se tornar foragido, prestou depoimento à polícia no Rio de Janeiro. Bruno é o principal suspeito de assassinar o ator Jeff Machado e enterrá-lo em um baú.
No depoimento à delegada Elen Souto, o empresário José Cornélio Pereira da Silva disse que não sabia quem era Bruno de Souza, pois o suspeito se identificou como Natan Silva, um produtor de eventos.
O dono do hostel localizado no Vidigal, na Zona Sul do Rio, também informou que Bruno chegou ao local a partir da indicação de um mototaxista. O suspeito pagou R$ 1300 por um mês de hospedagem.
Ele ainda disse que Bruno entrou no hostel apenas com uma mochila e alguém levou o restante da mala. Bruno se movimentava pelo Vidigal e fazia contato com outras pessoas sem ser notado como foragido da polícia.
O empresário ainda contou que Bruno ofereceu seu serviço como produtor de eventos para "bombar" a laje do hostel, conforme imagens apresentadas a Polícia e que Splash teve acesso.
Mãe de Jeff também prestará depoimento
Mãe do ator Jeff Machado, Maria das Dores Machado, 73, será ouvida pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) nesta semana mais uma vez. A informação foi confirmada a Splash por Jairo Magalhães, advogado da família do ator morto no início do ano.
A defesa da família de Jeff diz que o depoimento tem relação com a petição enviada à autoridade policial no início do mês sobre os outros crimes" praticados por Bruno Rodrigues, principal suspeito do crime, preso na semana passada.
"Nós queremos que seja apurado pela autoridade policial. Por conta disso, a delegada irá o ouvir a mãe do Jefferson", disse o advogado.
A petição cita os crimes: abandono de animais; a atribuição de identidade falsa por parte de Bruno, já que se passou por Jeff e outras mensagens após a morte do ator; "vantagem indevida" de R$ 20 mil por parte de Bruno após cobrar R$ 20 mil para colocar Jeff em uma novela; e a subtração de bens do ator, como cartões, aparelho telefônico e computador.
O que aconteceu?
O Ministério Público e o juiz Rafael Rezende decidiram, no sábado, manter a prisão de Bruno Rodrigues, suspeito de matar o ator Jeff Machado em janeiro deste ano.
Bruno Rodrigues permanece no presídio José Frederico Marques, na zona norte do Rio, por pelo menos 30 dias, até que ocorra uma decisão da Justiça pela prorrogação ou conversão em preventiva. As informações foram confirmadas por João Maia, advogado do produtor de TV, em contato com Splash.
A decisão foi tomada em audiência de custódia realizada ontem. "Não houve qualquer análise sobre a participação do Bruno no homicídio de Jefferson", detalhou João Maia.
"O juiz analisou somente se houve violação no cumprimento do mandado quanto a integridade física do Bruno e decidiu que não podia rever os motivos da prisão temporária", completou o advogado de Bruno.
Além de Bruno, Jeander Vinícius da Silva Braga também é suspeito de participar do crime. Ele foi detido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro no dia 6 de junho.
A prisão de Bruno Rodrigues
Bruno de Souza Rodrigues foi preso no Morro do Vidigal, Zona Sul do Rio, durante a última quinta-feira (15) após ficar foragido por duas semanas.
A Polícia Civil contou com apoio de dois blindados, um helicóptero e policiais militares da UPP do Vidigal para prender Bruno. Ele foi levado para a 14ª DP (Leblon) e, em seguida, encaminhado para a DDPA (Delegacia de Descoberta de Paradeiros), onde corre a investigação policial.
Setor de inteligência monitorava Bruno há dias, desde que ele se mudou para o alto do Vidigal. A polícia encontrou o suspeito há cinco dias graças a um sinal de wi-fi da comunidade. Nesse período, ele ficou hospedado em um hostel e teve livre acesso a outras partes do morro e bairros, como Leblon e Ipanema, áreas nobres do Rio.
Splash apurou que Bruno se manteve calado durante depoimento na DDPA e frustrou a expectativa dos investigadores. Defesa disse que ele não teria mais o que acrescentar após prestar informações em depoimento por escrito e entregar celulares.
Relembre o caso de Jeff:
Jeff estava desaparecido havia quatro meses. A família começou a suspeitar do sumiço no dia 27 de janeiro, e no dia 9 de fevereiro ele foi declarado desaparecido pela polícia.
Os restos mortais estavam em um baú que pertencia ao ator. O corpo foi encontrado em 22 de maio, enterrado e concretado no chão de um imóvel em Campo Grande (RJ), região em que Jeff morava.
Os suspeitos são Bruno de Souza Rodrigues e Jeander Vinícius da Silva Braga. Bruno era amigo de Jeff, prometeu um papel na novela ao ator e chegou a visitar a casa da vítima após a morte. Segundo a polícia, Bruno e Jeander se conheciam há longa data.
Assassinato teria sito premeditado: Em depoimento, Jeander disse que Bruno dopou Jefferson com uma substância em um suco. Os três se dirigiram ao quarto da vítima, que achava que participaria de um ato sexual para uma plataforma de conteúdo adulto. Segundo o suspeito, no entanto, o ato não chegou a ser gravado. Ao entrar no quarto, Jefferson, dopado, foi estrangulado com um fio de telefone pelo Bruno.
Jeff acreditava que começaria a atuar em uma novela após pagar R$ 20 mil a Bruno por papel em produção: O crime aconteceu três dias antes da data em que a vítima acreditava que começaria a atuar em uma novela da Globo.
A motivação do crime teria sido financeira: Jefferson iria cobrar o valor de R$ 20 mil que pagou para ter um papel em uma novela. Além disso, Bruno temia ser desqualificado como pessoa influente no meio artístico se Jeff expusesse a farsa do suspeito.
O corpo de Jeff foi encontrado por policiais em um baú enterrado a 2 metros de profundidade e coberto de concreto em uma casa alugada em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, no último dia 24 de maio.
No dia 1 de junho, o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu a prisão temporária de Jeander Vinícius da Silva e Bruno de Souza Rodrigues como responsáveis pela morte do ator.
A Justiça do Rio de Janeiro negou na semana passada o habeas corpus que solicitava que Bruno de Souza Rodrigues aguardasse a conclusão do inquérito policial da morte do ator Jeff Machado em liberdade.
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