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Cinco cambistas são detidos durante venda do show de Taylor Swift em SP

De Splash, em São Paulo e no Rio

22/06/2023 16h12

Cinco cambistas foram detidos nesta quinta (23) durante a venda extra de ingressos para o show de Taylor Swift, em 24 de novembro, no Allianz Parque, na zona oeste. A informação foi confirmada a Splash pela Polícia Civil de São Paulo. No Rio de Janeiro, a polícia disse que não houve nenhum tumulto ou detenção de cambistas para a compra do dia 19.

A Splash, o delegado da Primeira Delegacia do Consumidor de São Paulo, Paulo Alberto Mendes Pereira, disse que alguns cambistas dispersaram ao ver a aproximação da polícia e da fiscalização no local, mas que os identificados foram detidos e levados para delegacia para prestar depoimento. "Temos informações que cambistas estavam vendendo ingressos de R$ 36 mil, o que é um absurdo."

A reportagem presenciou os agentes verificando os dados das pessoas da fila, como RG e cartão de crédito utilizado para a compra para comparar a veracidade das informações. Ao todo, estiveram presentes no Allianz 50 policiais, 25 viaturas e 6 agentes do Proncon-SP.

"Se tiver algum documento bancário em nomes de terceiros que a pessoa não consiga explicar quem é o titular da conta, cujo cartão ele está portando, os cartões são apreendidos. Essas pessoas prestam esclarecimento e ficam à disposição da Justiça e da polícia para eventuais intimações", acrescentou Pereira sobre a condução dos cambistas detidos.

Inicialmente, a T4F, empresa responsável pela venda de ingressos da cantora norte-americana, havia disponibilizado duas datas para São Paulo e uma para o Rio de Janeiro. Após tumulto, confusão e detenção de cambistas na primeira leva de venda de ingressos nas duas cidades na semana passada, novas datas extras para os shows foram liberadas.

No Rio de Janeiro, o clima foi de tranquilidade durante o período de venda dos ingressos para o show no Engenhão, na zona norte. A Polícia Civil e o Procon realizaram operação para coibir a prática de cambismo. Não houve detidos, mas fãs relataram sofrer intimidações de cambistas durante as duas madrugadas anteriores, quando não havia policiamento.

Diferente da semana anterior, a fila ficou vazia e ainda restaram ingressos na bilheteria do local. "Já estava prevista a fiscalização, como na segunda-feira, data da pré-venda do show extra. Estamos verificando com o Decon (Delegacia do Consumidor) se está sendo cumprindo todas as regras previstas com a T4F", disse representante do Procon-RJ a Splash.

Um homem não identificado foi retirado da bilheteria pela Polícia Civil do Rio a pedido da organização, segundo Procon-RJ. "A organização da T4F solicitou a retirada dele porque ele falou que não ia sair. A esposa estava gritando números que a organização não sabia se era cartão, CPF, ou seja, não tem ingresso para ele. Não podemos abrir precedentes."

Ele alegou ter sido retirado da bilheteria injustamente. Ele disse estar no local desde segunda com a filha, Leticia Monteiro, 20, que era a pessoa número 1 da fila. Ele compraria ingressos para quatro sobrinhos.

Nesta quinta, uma nova data de show foi anunciada no Rio de Janeiro. A apresentação extra acontecerá no dia 17 de novembro, também no Engenhão.

O que aconteceu?

Em 19 de junho, a Polícia Civil de São Paulo deteve 26 cambistas —24 homens e 2 mulheres— na Operação Ingresso Limpo durante a venda de ingressos para o show de Taylor Swift em São Paulo. Eles são investigados por "crime contra a economia popular".

Operação foi realizada pelo DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania) em conjunto com o Procon-SP para combater a atuação de cambistas na compra de ingressos do evento. Foram apreendidos 19 cartões de crédito, uma máquina de cartão e um telefone celular que estava em posse do grupo suspeito.

Polícia Civil abriu inquérito para investigar os cambistas detidos na operação após o Ministério Público aceitar a denúncia do Procon-SP. "Temos um inquérito policial já insaturado, desde a semana passada, que visa investigar a prática de cambismo. Essa prática configura crime contra a economia popular.

No Rio, a T4F foi notificada pelo Procon-RJ duas vezes. Caso sejam identificadas violações, a multa pode chegar a R$ 13 milhões.

O caso chegou ao Congresso: dois deputados federais apresentaram projetos de lei contra a prática de cambismo.

Os fãs de Taylor Swift relataram uma série de problemas para comprar ingressos para os primeiros shows da cantora anunciados no Brasil. Alguns passaram o final de semana acampando nas filas no Rio de Janeiro e em São Paulo, comprou briga com supostos cambistas e até chamou a polícia para resolver a confusão.

O que diz a lei?

Cambismo é crime contra a economia popular, previsto na Lei 1.521, promulgada em 1951 pelo ex-presidente Getúlio Vargas.

É considerado cambista quem "favorecer ou preferir comprador ou freguês em detrimento de outro, ressalvados os sistemas de entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores" e também "quem celebrar ajuste para impor determinado preço de revenda ou exigir do comprador que não compre de outro vendedor"

Segundo a lei, quem cometer cambismo está sujeito a seis meses a dois anos de detenção, além de multa.