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Filme de James Cameron tem cena realista de implosão em submarino

Do UOL, em São Paulo

23/06/2023 18h27

Cena do filme 'O Segredo do Abismo', de 1989, repercutiu no Twitter nesta sexta.

O que aconteceu?

O trecho da morte do tenente Hiram Coffey bateu as 2.5 milhões de visualizações no Twitter por mostrar uma implosão de um submarino no fundo do mar.

O filme conta a história de uma equipe que tem que resgatar um submarino nuclear no fundo do mar

Como se dá uma implosão?

Implosões ocorrem quando um submarino, ou submersível, neste caso, ultrapassa o seu limite de profundidade, segundo Gustavo Roque da Silva Assi, professor da USP (Universidade de São Paulo), em entrevista ao UOL.

Os veículos são projetados para suportar uma certa pressão de acordo com suas características, como o diâmetro da embarcação, a espessura das paredes e do tipo de aço do qual é feito.

"Se ele passar da pressão determinada pelo projeto, ele estará sujeito a uma carga externa, de fora para dentro, maior do que ele consegue suportar. Assim, o submarino vai colapsar, ele vai implodir", diz Assi.

Outra possibilidade para uma implosão em ambiente de extrema pressão, segundo o pesquisador, seria se o veículo tiver tocado o solo marinho. "Se ele encostar em alguma coisa do lado de fora em meio a uma pressão muito alta, como seria no fundo do oceano, a estrutura não suportaria."

Em um caso de implosão, a chance de sobrevivência é nula. "Uma pessoa aguentaria nadar até, no máximo, uma profundidade de 50m. Uma falha estrutural em um submarino abaixo desta profundidade já seria catastrófica, mortífera para a tripulação."

Entenda o caso

Os tripulantes do submersível (da esquerda para direita): Stockton Rush, CEO da OceanGate; Paul-Henry Nargeolet; Suleman Dawood e seu pai Shahzada Dawood; e o bilionário britânico Hamish Harding - Shannon Stapleton/REUTERS; Reprodução/LinkedIn; Família Dawood; e JANNICKE MIKKELSEN/Jannicke Mikkelsen via REUTERS - Shannon Stapleton/REUTERS; Reprodução/LinkedIn; Família Dawood; e JANNICKE MIKKELSEN/Jannicke Mikkelsen via REUTERS
Os tripulantes do submersível (da esquerda para direita): Stockton Rush, CEO da OceanGate; Paul-Henry Nargeolet; Suleman Dawood e seu pai Shahzada Dawood; e o bilionário britânico Hamish Harding
Imagem: Shannon Stapleton/REUTERS; Reprodução/LinkedIn; Família Dawood; e JANNICKE MIKKELSEN/Jannicke Mikkelsen via REUTERS

O submersível, apelidado de "Titan", submergiu na manhã de domingo, 18 de junho. Os turistas queriam ver os destroços do Titanic, localizado no Atlântico Norte.

O barco de apoio na superfície, o quebra-gelo Polar Prince, perdeu contato com ele cerca de uma hora e 45 minutos mais tarde, segundo a Guarda Costeira dos EUA.

Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição. São eles: Stockton Rush, presidente da OceanGate; o bilionário Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, um empresário paquistanês e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.

O submersível foi dado como desaparecido a cerca de 700 quilômetros ao sul de São João da Terra Nova, capital da província canadense de Terra Nova e Labrador, segundo as autoridades canadenses, na área onde ocorreu o naufrágio do Titanic, em 1912.

*Com informações de entrevista publicada em 28/11/2017