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Diretor de 'Titanic' aponta 'falha crítica' em implosão de submersível

Colaboração para Splash, em São Paulo

24/06/2023 08h18Atualizada em 25/06/2023 10h58

Diretor de "Titanic", James Cameron culpou o composto de fibra de carbono do casco do submersível OceanGate por sua trágica implosão, em entrevista a George Stephanopoulos, da ABC News.

Cameron disse que o material provavelmente levou à "falha crítica" que ceifou a vida de cinco passageiros a bordo da nave. "Você não usa compostos para cascos que sofrem pressão externa. Eles são ótimos para cascos de pressão interna, como tanques de mergulho, por exemplo, mas são péssimos para pressão externa"

O diretor disse que os projetistas do submersível confiaram na engenharia de aviação em vez da tecnologia de submersão - uma abordagem que ele acredita ter levado à implosão durante uma visita aos destroços do Titanic.

"Todos nós dissemos que era, você sabe, uma ideia falha e eles não passaram pela certificação. Acho que foi uma falha crítica", afirmou.

Cameron argumentou que a fibra de carbono acumula danos a cada mergulho. "Eles falham com o tempo, cada mergulho adiciona mais e mais danos microscópicos. Então, sim, eles operaram o submarino com segurança no Titanic no ano passado e no ano anterior, mas era apenas uma questão de tempo até que os alcançasse."

Além de diretor de cinema, Cameron ganhou status de especialista no Titanic, já que realizou diversas expedições às profundezas antes de gravar a superprodução. Ele se diz um apaixonado em naufrágios e disse que esse foi o principal fator para fazer o filme.

Além disso Cameron é um dos donos da Triton Submarines, que faz submersíveis para pesquisa e turismo.

O CEO da OceanGate, Stockton Rush, que morreu no submersível, afirmou anteriormente que a fibra de carbono era preferível a alternativas como o titânio.

A OceanGate disse que "validou com sucesso" o casco de titânio e fibra de carbono de Titan a uma profundidade de 4.000 metros, de acordo com um post de 2018 no Facebook.

Entenda o caso

Os tripulantes do submersível (da esquerda para direita): Stockton Rush, CEO da OceanGate; Paul-Henry Nargeolet; Suleman Dawood e seu pai Shahzada Dawood; e o bilionário britânico Hamish Harding - Shannon Stapleton/REUTERS; Reprodução/LinkedIn; Família Dawood; e JANNICKE MIKKELSEN/Jannicke Mikkelsen via REUTERS - Shannon Stapleton/REUTERS; Reprodução/LinkedIn; Família Dawood; e JANNICKE MIKKELSEN/Jannicke Mikkelsen via REUTERS
Os tripulantes do submersível (da esquerda para direita): Stockton Rush, CEO da OceanGate; Paul-Henry Nargeolet; Suleman Dawood e seu pai Shahzada Dawood; e o bilionário britânico Hamish Harding
Imagem: Shannon Stapleton/REUTERS; Reprodução/LinkedIn; Família Dawood; e JANNICKE MIKKELSEN/Jannicke Mikkelsen via REUTERS

O submersível, apelidado de "Titan", submergiu na manhã de domingo, 18 de junho. Os turistas queriam ver os destroços do Titanic, localizado no Atlântico Norte.

O barco de apoio na superfície, o quebra-gelo Polar Prince, perdeu contato com ele cerca de uma hora e 45 minutos mais tarde, segundo a Guarda Costeira dos EUA.

Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição. São eles: Stockton Rush, presidente da OceanGate; o bilionário Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, um empresário paquistanês e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.

O submersível foi dado como desaparecido a cerca de 700 quilômetros ao sul de São João da Terra Nova, capital da província canadense de Terra Nova e Labrador, segundo as autoridades canadenses, na área onde ocorreu o naufrágio do Titanic, em 1912.

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